Conape Lula Livre, um marco na luta pela democracia e pela educação
A plenária final da Conferência Nacional Popular de Educação se autodenominou Conape Lula Livre, denunciando a prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e exigindo sua imediata libertação. Aprovou, também o manifesto Carta de Belo Horizonte e o documento com as resoluções, que será divulgado em 30 dias. “Foi um grande êxito, que nos dá caminhos de luta, de resistência e de organização”, avaliou o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis.
A Conape Lula Livre teve início com a marcha “Educação se constrói com democracia”, na tarde de 24 de maio, que culminou com um ato político com a presença da ex-presidenta Dilma Rousseff. No dia seguinte, os cerca de 4 mil delegados, vindos de todas as regiões do Brasil, reuniram-se em oito plenários que discutiram diferentes eixos do documento base que orientou os debates nas conferências preparatórias, municipais e estaduais.
Na assembleia final, sábado, 26, foi aprovado o resultado dessas discussões. Não houve nova discussão, devido à aprovação unânime de questão de ordem levantada por Gilson: “Não ocorreram divergências sobre o texto, apenas ajustes. Por isso, remeti à discussão da Carta de Belo Horizonte e propus que os participantes fizessem intervenções sobre a conjuntura política, neste momento em que o golpe se aprofunda e o país sofre com as ações do governo ditatorial de Temer, que inclusive determinou a intervenção das Forças Armadas para reprimir o movimento dos motoristas de transporte”.
Ação decisiva da Contee
Gilson ressaltou que a Contee teve ação decisiva na realização da Conape Lula Livre. “Desde a etapa inicial, com o rompimento com o Fórum Nacional de Educação (FNE), violado pelo Governo Temer, a formação do Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE), a participação nas várias etapas da Conferência, agora livre das amarras do Conae… O professores e trabalhadores administrativos da rede privada de educação tiveram presença marcante nos debates e na busca de rumos para a luta pelo ensino de qualidade, público ou privado. Sem reduzir a importância do papel da educação, mostramos que o centro do debate é político e afirmamos a necessidade de reconquistar a democracia e garantir os direitos dos trabalhadores e da população brasileira”.
Durante o encontro em Belo Horizonte, a Contee realizou atividades próprias, lançou e distribuiu camisas da campanha Apagar o professor é apagar o futuro, e instalou uma estande onde professores de todas as regiões se encontraram e tiraram fotos em cenários que defendiam os direitos da categoria, a democracia e a liberdade de Lula.
Por Carlos Pompe
Fotos galeria: Leandro Freire/TREEMIDIA