Conclat aprova pauta unificada com 63 propostas em defesa dos trabalhadores

Coroadas de êxitos e propostas, conferência foi encerrada com reafirmação concreta de unidade política das centrais em torno da pauta aprovada, que agora entra no processo eleitoral com agenda própria que vai ser apresentada aos candidatos

Por aclamação, representantes das principais centrais sindicais brasileiras aprovaram, quinta-feira (7), na Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), em São Paulo, pauta unificada com 63 propostas para ser levada aos candidatos nas eleições gerais deste ano.

Entre as propostas estão medidas emergenciais para garantir empregos, direitos, democracia e a vida; medidas estruturais para garantir direitos trabalhistas, previdenciários e sindicais; e estratégias de desenvolvimento com redução das desigualdades.

A Conclat, realizada em São Paulo de forma híbrida — presencial e virtual —, foi convocada por 10 entidades: CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular Conlutas), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CST (Central Sindical de Trabalhadores), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, Intersindical Central, Intersindical Instrumento de Luta, Pública Central do Servidor e UGT (União Geral dos Trabalhadores).

Cerca de 500 lideranças sindicais estiveram presentes, entre as quais o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, e o coordenador da Secretaria de Assuntos Jurídicos, Leandro Batista. A coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Confederação, Cristina Castro, o coordenador da Secretaria de Organização Sindical, Relações de Trabalho, Relações Institucionais e Juventude, Elson Paiva, e o consultor jurídico José Geraldo de Santana Oliveira acompanharam a transmissão virtualmente.

‘Encruzilhada histórica’

“Estamos diante de uma encruzilhada histórica. O ano de 2022 será decisivo para o povo brasileiro definir se continua no rumo da barbárie neofascista imposta pelo governo Bolsonaro ou se elege um outro caminho, o da reconstrução da Nação, crescimento do PIB e do emprego”, discursou o presidente da CTB, Adilson Araújo.

“A Conclat sinaliza o caminho para o resgate de um novo projeto nacional de desenvolvimento fundado na valorização do trabalho, na democracia e na soberania, bem como em defesa da saúde e da vida. Não podemos permitir a continuidade de um genocida no poder, responsável por uma política sanitária criminosa que já resultou em mais de 660 mil mortes por covid-19 no Brasil.”

Eleições e o Brasil dos próximos 20 anos

Por sua vez, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, que encerrou a conferência, fez menção à baixa representatividade do movimento sindical na Câmara dos Deputados.

“Isso tem de mudar e, se quisermos reduzir a jornada de trabalho e recuperar direitos, será preciso ter uma bancada de dirigentes sindicais comprometidos com a classe trabalhadora. Temos de conscientizar o povo que trabalhador tem que votar em trabalhador”, enfatizou.

Segundo Nobre, a eleição de outubro irá definir o Brasil dos próximos 20 anos. “Vamos recolocar o país no caminho do desenvolvimento e do crescimento e, para isso, teremos de comprar muita briga e nos unirmos nesta construção”, ressaltou.

Síntese da conferência

“Correu tudo bem na terceira Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em SP”, segundo João Franzin, da Agência Sindical, relatou. Ainda segundo Franzin, a Conclat pode ser assim sintetizada:

1) aprovou a pauta unitária, com propostas desenvolvimentistas, em defesa dos direitos e valorização do trabalho;

2) reafirmou a unidade do movimento, em torno daquilo que é trabalhista, sindical e da própria democracia;

3) criaram-se as condições, com essa pauta, de: 3.1) levar seu conteúdo para a base trabalhadora e social; e 3.2) difundir seu conteúdo e pleitos no Congresso Nacional e dialogar, a partir dessa pauta, com os candidatos, do mais amplo espectro, aos cargos em disputa neste ano; e

4) o tema combate ao custo de vida, com ações concretas, foi recepcionado na pauta e vai ensejar movimentos a partir dos sindicatos ou com os sindicatos.

Táscia Souza e Marcos Verlaine, com informações de Brasil de Fato, CTB e CUT

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