Consind da FeteeSul reúne delegados de seus dez sindicatos em dia de planejamento e resistência
O final de semana foi de intensos debates e reflexões na FeteeSul. No sábado (09/12), mais de 60 delegados representantes dos sindicatos gaúchos e catarinenses da base da federação participaram do Conselho Sindical da Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina – Consind da FeteeSul. O encontro aconteceu na Casa de Eventos Capuchinhos, no Bairro Santo Antonio, na capital gaúcha.
De acordo com o coordenador-geral da FeteeSul, Celso Woyciechowski, o Consind teve como objetivo fortalecer as entidades e também planejar 2018. “Realizado num período histórico de extremo ataque aos direitos e conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras, o encontro buscou armar a classe trabalhadora para derrotar aqueles que querem acabar com nossas conquistas. Esse Consind teve o papel de ser construtor da retomada da resistência”, afirma Woyciechowski.
Conjuntura do golpe em foco
Pela manhã, duas mesas de debates aprofundaram questões de análise da conjuntura. Para falar de questões tributárias, o Consind recebeu João Carlos Loebens, do Instituto Justiça Fiscal. Ele propôs uma reflexão a respeito de alguns mitos tributários brasileiros, como o chavão de que pagamos muito imposto. Para ele, com uma análise para além do senso comum, “percebemos que os pobres pagam muito imposto e os ricos não.”
“A função social do tributo significa compreender que o Estado existe para a execução do bem comum e que a sociedade é destinatária dos recursos arrecadados da sociedade”, afirma Loebens, para quem as crises financeiras mostram-se como um problema estrutural na economia mundial. A seguir, confira entrevista com João Carlos Loebens:
O segundo debate realizado pela manhã foi a respeito da luta dos trabalhadores e trabalhadoras e do papel das entidades sindicais contra as reformas promovidas pelo governo Temer, comandado pelo presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo. Para ele, com o brutal ataque aos direitos dos trabalhadores, “precisamos fazer uma luta permanente de atuação – sindicalizando-se, criando comitês municipais. Precisamos criar as condições para canalizar a indignação das pessoas.”
Nespolo falou ainda da importância das manifestações nesse momento, trazendo como exemplo concreto a greve de fome iniciada por militantes do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, que tem crescido em participação popular e apoio em todo o Brasil. Confira entrevista com Claudir Nespolo.
Planejamentos para 2018
À tarde, o Consind da FeteeSul abordou questões de planejamento interno e desafios para o próximo período. Entre os temas discutidos, destaca-se o desafio de reorganização pelo qual vão passar as entidades sindicais, já que, na conjuntura do golpe, as possibilidades de arrecadação sindical ficaram gravemente dificultadas. Como saída, entende-se como fundamental uma forte campanha de sindicalização e o fortalecimento das organizações.
Outro tema de destaque no encontro foi a Campanha Salarial 2018. Representantes dos oito sindicatos do Rio Grande do Sul e dos dois de Santa Catarina da base da federação definiram a unificação da campanha e a construção de uma boa negociação para a manutenção da convenção coletiva de trabalho sem perdas da categoria.
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