Contee terá Coletivo Financeiro; debate evoluiu no seminário deste sábado (11)

Coordenador da Secretaria de Finanças da Contee externou o objetivo central do seminário: construir saídas coletivas para enfrentar a crise do financiamento das entidades

A Contee realizou de modo virtual, neste sábado (11), pela manhã, Seminário Financeiro com propósito de enfrentar, a partir de análise adequada, a problemática financeira da Confederação e das entidades filiadas. O debate envolveu dirigentes dos sindicatos e federações e foi coordenado pelo coordenador da Secretaria de Finanças da Confederação, Rodrigo de Paula.

Ao propor a criação do Coletivo Financeiro, o diretor de Finanças externou o objetivo central do seminário: construir saídas coletivas para enfrentar a crise do financiamento das entidades.

Assim, a partir da compreensão da realidade político-econômica do País, a Contee deseja construir sistema de sustentação financeira do segmento.

A principal decisão do seminário foi a formação do Coletivo Financeiro, nos mesmos moldes do Coletivo Jurídico, a fim de organizar coletivamente a sustentação das entidades — de professores, técnicos-administrativos e auxiliares — com objetivo de, coletivamente, construir saídas e soluções financeiras para sindicatos, federações e Confederação.

Para referenciar o debate sobre o tema, a economista Mariel Angeli Lopes, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), fez análise da conjuntura econômica do Brasil e mostrou que, ao contrário do que o governo propala, o País está em bancarrota. O PIB (Produto Interno Bruto), a soma de tudo que é produzido no Brasil, em 2020 foi de -3,9%. Em 2021, 4,6%.

Desse modo, o País cresceu, em termos reais, apenas 0,7%. Crescimento pífio. Para 2022, pelas projeções do Dieese, o crescimento vai ser de apenas 0,8%. Em 2023, ainda segundo o Dieese, projeta-se crescimento de míseros 1,4%. Para o País sair, de forma sustentável, dessa profunda crise econômica, precisaria crescer pelo menos 5% continuamente.

Diante desses números, não é necessário dizer que as expectativas de crescimento econômico e melhora das condições de vida do povo sob o projeto neoliberal em curso, com Bolsonaro ou qualquer outro ou outra líder que defenda essa base econômica anti-Brasil e anti-povo, não terá êxito. Estaremos sempre fazendo, como expressou Angeli Lopes, “voo de galinha”.

Não há no horizonte “nenhum sinal de que a economia [brasileira] terá melhora significativa”, disse a representante do Dieese.

Profissionalização da gestão sindical

O seminário contou ainda com a participação do professor e economista Ednilson Arendt, do CES (Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho), que abordou “a importância da profissionalização da gestão sindical”.

Resumidamente, o professor externou que não é mais possível manter as estruturas atuais do movimento sindical sem que haja profissionalização da gestão, com planejamento, organização e outras ferramentas que possam ajudar a estruturar a organização das entidades sindicais.

Diagnóstico sobre as entidades

Finalmente, antes de ir para os debates, o seminário contou a exposição do assessor da Contee e diretor da VSS, Valtuir Silveira, que tratou da pesquisa sobre o diagnóstico das entidades e sugestões de temas a serem abordados pelo Coletivo Financeiro.

Fundamentalmente, a “gestão [das entidades] precisa caminhar ao lado das questões políticas”, externou Silveira.

Segundo o assessor, dada a escassez de recursos materiais e financeiros, as ações políticas das entidades precisam ser precedidas por planejamento. Desse modo, as ações políticas não podem ser realizadas na base do espontaneísmo.

Eleições 2022

Antes das exposições e debates sobre o tema central do seminário, o professor Gilson Reis disse que “há 5 anos estamos debatendo as questões financeiras” da Contee. “A questão financeira é essencialmente política”, acrescentou.

Ele também abordou as eleições de outubro como divisor de águas para “reverter as contrarreformas, a partir de decisões políticas”. Para isso, é necessário vencer o pleito de outubro. Em razão disso, precisamos “ingressar de corpo e alma nas eleições”, asseverou o professor.

“O desafio é vencer [as eleições de outubro] e governar o Brasil”, destacou.

Marcos Verlaine

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