Cotistas estão entre as maiores notas do Sisu

De acordo com um balanço preliminar do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ao contrário do que dizem os críticos às cotas, os alunos cotistas vêm apresentando um alto desempenho no programa. Entre as dez maiores notas de corte do país, três foram obtidas por candidatos que poderão se beneficiar da reserva de vagas.

No caso do curso de medicina da Universidade Federal de Ouro Preto, está mais difícil ingressar pelo sistema de cotas. A pontuação mínima, para esses estudantes, chegou a 808,70 — maior que a nota de corte na ampla concorrência, de 808,56.

Em outros cursos, a nota de corte dos candidatos do Sisu pode ter apenas 10 pontos de diferença entre os alunos de ampla concorrência e os candidatos inscritos nos critérios de cotas, com baixa renda familiar per capita (inferior a 1,5 salário mínimo). É o caso do curso de engenharia elétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC). Os alunos sem cotas tiveram nota de corte de 667,36 pontos, já os cotistas registraram 657,24 na nota de corte.

No curso de medicina da UFC, o mais procurado do Sisu, os alunos não cotistas e cotistas de baixa renda mantêm uma diferença de 37,68 pontos na nota de corte. Cada um dos grupos registrou 783 e 745,32 pontos na nota de corte, respectivamente. Os dados são referentes a estudo comparativo divulgado hoje (10) pelo Ministério da Educação (MEC).
No curso com a maior nota de corte, o de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as notas mantêm praticamente o mesmo desempenho registrado na Federal do Ceará. Os alunos inscritos na ampla concorrência obtiveram a nota de corte de 821 pontos, já os cotistas de baixa renda atingiram 778,81 pontos.

Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o resultado pode ser considerado “excelente”, já que “o desempenho dos cotistas até o momento é muito próximo do desempenho da ampla concorrência”.

“É um grande resultado, mas não pode ser lido como uma acomodação e muito menos como se o desafio da qualidade no ensino médio não fosse imenso para o Brasil, para o MEC, especialmente para as secretarias estaduais de Educação – responsáveis por 86% da rede”, disse Mercadante.

A Lei de Cotas prevê para este ano a reserva de 12,5% das vagas para estudantes que concluíram o ensino médio no ensino público, alunos cuja renda familiar é igual ou inferior a 1,5 salário mínimo, além de garantir o acesso de alunos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas.

Para Mercadante, a Lei de Cotas impõe a reestruturação dessa etapa de ensino, já que vai garantir o acesso de estudantes da rede pública às universidades federais. A lei será implementada de forma gradual por quatro anos. Neste ano, serão 12,5% do total de vagas reservadas às universidades federais. Em 2014, o número sobe para 25% do total de vagas reservadas. Em 2015, serão 37,5% do total de vagas reservadas e em 30 de agosto de 2016 completa o prazo para o cumprimento total da lei, com 50% de todas as vagas reservadas.

“Nós avaliamos que no ano que vem isso [a diferença no desempenho entre cotistas e não cotistas] deverá se manter, com uma pequena discrepância. O problema pode aparecer a partir do terceiro e do quarto ano. Ou seja, temos que entender que a cota traz um novo desafio, de melhorar a qualidade do ensino médio. Se em um primeiro momento a nota está muito próxima, quando for aumentada a presença dos cotistas nas vagas, até chegar a 50%, a discrepância pode aumentar”, argumentou.

Mercadante ressaltou ainda a importância da bolsa assistência estudantil, de R$ 400, como uma das formas encontradas pelo Governo para garantir a permanência dos alunos cotistas de baixa renda nas universidades federais. A medida está prevista para entrar em vigor em maio deste ano.

O benefício será concedido aos alunos de cursos com duração diária acima de cinco horas e ainda depende da aprovação do Orçamento. Terão direito garantido à assistência os alunos aprovados no Sisu, por meio de cotas sociais.

Segundo Mercadante, a assistência estudantil tem também o desafio pedagógico. “Esse fato não retira das universidades a necessidade de ter um programa de reforço pedagógico e tutoria, para que os alunos possam suprir as suas deficiências ao longo do curso”.

Com informações do Portal Vermelho e da Agência Brasil

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia também
Fechar
Botão Voltar ao topo