CTB divulga resolução política da 17ª reunião da direção executiva nacional
Após dois dias de reuniões e debates sobre a atual conjuntura política, social e econômica, os dirigentes e assessores da CTB, sob a liderança do presidente nacional, Adison Araújo, formularam a nova resolução política que pautará as ações da entidade até a próxima reunião da diretoria executiva.
O documento defende com vigor a reforma agrária e o fortalecimento do Ministério do Desenvolvimento agrário, além da indústria nacional e a Petrobras. Reafirma a condição de grave crise política e a necessidade de se combater a ofensiva conservadora: “O espetáculo armado em torno da operação lava-jato e as iniciativas autoritárias do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, visando o impeachment da presidenta Dilma, são sinais de que um golpe político está sendo armado”.
A escalada da violência também é contemplada nesta resolução, que destaca que a direita neoliberal “avança e galvaniza apoio na sociedade disseminando o ódio de classe, preconceito e intolerância”. E diante deste quadro, conclui o documento com uma convocação da militância e corpo de dirigentes para o embate nas ruas no dia 20 de agosto.
“Frente a esta conjuntura a CTB convoca as entidades filiadas, dirigentes e militantes a intensificar os esforços de mobilização para garantir o êxito da manifestação do dia 20 em defesa dos direitos, da liberdade e da democracia”.
Leia a íntegra da Resolução Política da 17ª Reunião da Direção Executiva Nacional:
1- A direção executiva nacional da CTB reitera que a radicalização da luta de classes em todo o mundo e a forte ofensiva imperialista contra os governos progressistas colocam em risco a democracia, a soberania nacional e os direitos sociais;
2- No Brasil, a onda conservadora ganha força pela ação de setores do Poder Judiciário, da mídia e da oposição neoliberal. O espetáculo armado em torno da operação lava-jato e as iniciativas autoritárias do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, visando o impeachment da presidenta Dilma, são sinais de que um golpe político está sendo armado;
3- O cenário político é agravado pela crise econômica, que sacrifica principalmente a classe trabalhadora com desemprego e inflação em alta; produção, venda, investimentos públicos e salários em baixa. O ajuste fiscal, que reduziu direitos, e elevação das taxas de juros (as maiores do mundo) joga lenha na fogueira da recessão;
4- Explorando as dificuldades objetivas, os equívocos do governo e as denúncias de corrupção amplificadas pelos holofotes sensacionalistas da mídia, a direita neoliberal avança e galvaniza apoio na sociedade disseminando o ódio de classe, preconceitos e intolerância;
5- A Petrobras, estatal estratégica para o desenvolvimento nacional, é alvo de uma torpe campanha da oposição neoliberal, que tem o objetivo de abrir caminho para a destruição da engenharia nacional, privatização da empresa e a entrega do pré-sal ao capital estrangeiro. Tal propósito transparece no projeto do senador tucano José Serra que põe fim ao modelo de partilha do pré-sal;
6- Também sob a máscara do combate à corrupção e às mazelas do sindicalismo a mídia concentrou fogo contra o movimento sindical brasileiro, buscando desmoralizá-lo perante as bases e desmobilizar a classe trabalhadora. A CTB luta pela democracia das eleições e gestões sindicais, transparência, respeito às diferenças e ética nas entidades, mas alerta para o caráter reacionário desta campanha;
7- A CTB defende o combate sem tréguas à corrupção, exige a apuração dos fatos e punição dos culpados e ao mesmo tempo denuncia o falso moralismo da direita;
8- A CTB advoga a união de amplas forças para resistir à maré conservadora e lutar por:
a) Democracia, em defesa do Estado Democrático de Direito e da soberania nacional;
b) Uma nova política econômica, com redução dos juros, fim do superávit primário, controle do câmbio;
c) Um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento com Valorização do Trabalho;
d) Reforma agrária, fortalecimento da agricultura familiar e do Ministério do Desenvolvimento Agrário;
e) Recomposição da capacidade de investimentos do Estado e de financiamento do BNDES;
f) Defesa da indústria naval, da Petrobras, do conteúdo local e da indústria nacional;
g) Valorização do Ministério do Trabalho e Emprego;
h) Defesa do emprego, fim da demissão sem justa causa, redução da jornada de trabalho sem redução de salários;
i) Nenhum direito a menos, contra a terceirização;
j) Contra a mercantilização da educação e da saúde e por mais investimento público nessas áreas;
k) Imediata regulamentação do Imposto sobre as Grandes Fortunas e taxação das heranças e das remessas de lucros e dividendos ao exterior;
9- Frente a esta conjuntura a CTB convoca as entidades filiadas, dirigentes e militantes a intensificar os esforços de mobilização para garantir o êxito da manifestação do dia 20 em defesa dos direitos, da liberdade e da democracia.
Brasília, 11 de Agosto de 2015