Currículo flexível ou investir no professor?

Neizy Cardoso, articulista do Jornal Bom Dia e do Blog Jundiaí Aqui, faz críticas aos esforços do governo federal em padronizar 60% do currículo da Educação Básica em todo país. Para ela, a educação no Brasil carece de outras providências que não passa por padronização. É preciso manter a qualidade no ensino. Confira o artigo de Neizy Cardoso, abaixo.

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A Folha de S. Paulo  de 17/9 passado trouxe, em seu editorial  assunto referente ao anunciado currículo nacional  Tal currículo único para um  “país continental”como o Brasil  é viável?

Em tese , 60% do currículo  da Educação Básica seria o mesmo em todo país e   os 40% faltantes seriam adequados às peculiaridades  dos Estados e municípios.

O MEC  ( Ministério de Educação e Cultura) terá prazo de dois anos para encaminhar esse currículo unificado.

Hoje são as escolas que fixam ou definem seus conteúdos programáticos. Não seriam  currículos que teriam seu  viés direcionado ao pragmatismo dominante em certos regiões?

Insisto em refletir e pergunto ao MEC :

–Dá pra fixar  o percentual  acima descrito num país imenso como o Brasil, se sabemos que a França tem o mesmo currículo há  muitos anos?

Desde quando iniciei no magistério,  como professora normalista ,em 1967 passei por muitas mudanças com meu alunos.

Sou da geração que para cursar o antigo Ginásio, passei pela peneira do exame de Admissão. Estudei , da  primeira até a quarta série  ginasial  tendo aulas  de Português, Latim,Francês,Inglês( a partir da segunda série),História Geral,História do Brasil,Educação Artística ou Trabalhos Manuais, Economia Doméstica, Geografia Geral e do Brasil, Matemática, Ciências Físicas e Biológicas,Desenho,Música e Educação Física.Eram. catorze ou  mais disciplinas no meu tempo do saudoso ginásio.

Os conteúdos  curriculares eram  ricos e exigentes, sabíamos juros, porcentagem, regra de três e ninguém nos tapeava no troco, quando saíamos para fazer  pequenas compras para nossas mães

Estudei na Escola  Pública, com excelentes professores vindos da USP, principalmente

Por isso tudo não acho que , no Brasil carecemos de currículo único ou não, de adequação sazonal ou não  Afinal Educação não é mercadoria, para se adequar ao tempo produção, oferta, procura. Educação é  sim algo que deve ser encarada com seriedade.

No Brasil da Gestão Dilma o corte  dos gastos com Educação está por volta de         R$10,2 bilhões o que leva a Pátria Educadora ao fundo do poço e não se brinca com Educação apenas com o blá blá blá, de mudança curricular.

Para mim a discussão é outra, sem  deixar de lado o real problema  pois acho é preciso “Mais Ação e Decisão”, como diz o editorial da Folha  e olhar de frente para a Educação Brasileira.

O MEC reconhece que mais de 50% dos alunos não tem noção de números , mais de 20% não lê, como  na Europa , onde cada cidadão lê  mais de10 livros, por ano enquanto que no Brasil se lê 1 livro por ano.

E no Brasil há mudança curricular  que se refere à redução de aulas de Português, num país que pouco se lê.Como se explicam tais contradições?

Vivemos, reitero, trazendo experiências  ou copiando metodologias, de outros , esquecendo se  do investimento no material humano, o professor que hoje  está desmotivado,  desvalorizado  e  sem um tratamento digno.

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