Decreto de Doria atende escolas particulares, dizem sindicalistas
O governador paulista João Doria voltou a classificar as atividades de escolas (públicas e particulares) como essenciais. Decreto foi publicado sábado (27). Com isso, as unidades de ensino poderiam funcionar de forma presencial durante qualquer fase do Plano São Paulo.
O sindicalismo reage, já que o decreto chega num momento de descontrole da pandemia. O Estado registrou sábado 1.051 óbitos decorrentes da Covid-19. A média da semana é de 618 mortes, ou seja, 63% acima do registrado há 14 dias.
Para Francisca Seixas, diretora da Apeoesp, a decisão vem na pior hora. “Doria atende lobby do Movimento Escolas Abertas, que representa famílias de instituições privadas. No auge da pandemia, sem imunização dos educadores, não tem como abrir escolas”, diz. E completa: “O governo pode suprir de outra forma alunos que precisem de merenda e acompanhamento. Basta manter o ensino remoto, com fornecimento de equipamentos para os estudantes e auxílio financeiro para a alimentação”.
SINPRO – O Sindicato dos Professores de São Paulo (SinproSP), que representa os profissionais da rede privada, denuncia o aumento da doença entre alunos e professores. O Sindicato já registrou mortes de sete docentes pela Covid-19 após a volta às aulas.
Segundo Luiz Barbagli, seu presidente, o Decreto 65.597 é mais uma tentativa do governo para pressionar as Prefeituras que, por razões sanitárias, adotaram medidas mais restritivas ao presencial. Vale lembrar que o governo de SP, desde dezembro, flexibiliza as regras de funcionamento das escolas, apesar do evidente agravamento da epidemia”, ressalta.
Barbagli conta que faltam testagem nas escolas e os protocolos variam muito de colégio pra colégio. Há unidades que suspendem aulas após a detecção de um caso de Covid-19; outras mantêm as atividades. “Cada escola adotou um padrão, mas não há testagem e fornecimento de máscaras adequadas para o trabalho dos profissionais”, alerta o professor.
Depois de protestos da Educação quarta (24), Doria anunciou vacinação para professores e trabalhadores da rede pública e privada a partir do dia 12. Na primeira etapa, só profissionais acima dos 47 serão vacinados. Não há previsão pra vacinar o pessoal no Ensino Superior.