Democratização da mídia e combate à desnacionalização da educação integram pauta dos movimentos sociais
O movimento histórico vivido pelo país, com as manifestações nas ruas e a unidade demonstrada no dia 11 de julho pelos trabalhadores de todo o Brasil deve ser aproveitado para ampliar ainda mais a mobilização em torno de pontos fundamentais para a sociedade, como o combate aos leilões do petróleo, ao superávit primário e aos monopólios de mídia. Essas foram as medidas apontadas como essenciais nos últimos dias 19 e 20 pela plenária da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), realizada em São Paulo.
O coordenador de Políticas Sociais da Contee, José Jackson Bezerra, participou do debate, que contou com a presença de lideranças sindicais, estudantis, feministas, comunitárias, do movimento negro e dos sem terra de dez estados do país. A plenária alertou para a necessidade de que o Poder Público ouça a voz das ruas.
Um dos pontos tratados como essenciais é a democratização dos meios de comunicação. A coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) – ao qual a Contee se filiou recentemente – e secretária nacional da CUT, Rosane Bertotti, defendeu a campanha “Para expressar a liberdade”, que tem sido encampada e divulgada pela Confederação. O ponto central da campanha é o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática, que propõe, entre outros pontos, o fim da propriedade cruzada. A Contee conclama às entidades filiadas que ajudem na coleta de assinaturas para o projeto, cujo matéria pode ser encontrado no site da campanha.
Outro ponto de sumo interesse dos trabalhadores em educação do setor privado abordado foi a desnacionalização da educação, denunciada na plenária. Um dos exemplos citados foi o da Anhanguera, lembrando que a multinacional, após comprar a Uniban, que tinha 50 mil alunos, iniciou um processo de demissão de 1.500 professores, em sua maioria mestres e doutores, reduzindo o valor médio das horas pagas a estes em mais de 70%. A presidenta da UNE, Virgínia (Vic) Barros criticou a entrada de capital estrangeiro e a ausência de regulação sobre padrões mínimos das instituições privadas e defendeu a construção de uma agenda unificada de lutas dos estudantes e trabalhadores.
Essa unidade entre estudantes, trabalhadores e todos os representantes dos movimentos sociais, já demonstrada da mobilização do dia 11 e na própria plenária da CMS, será imprescindível para levar ao Poder Público todas essas questões prioritárias para a sociedade. E um dos próximos passos em que a união precisa se fortalecer ainda mais será dado no dia 6 de agosto, Dia Nacional de Luta contra o Projeto de Lei 4.330, que trata das terceirizações, e de votação da partilha dos royalties do petróleo pela Câmara.
Da redação, com informações das centrais e dos portais de esquerda
Fotos: Deborah Moreira/ Vermelho