Desafios da educação são discutidos em encontro da Internacional da Educação
Terminou hoje (4), em San José (Costa Rica), o III Encuentro Hacia un Movimiento Pedagógico Latinoamericano da Internacional de la Educación para América Latina (IEAL) que contou com a presença de 34 entidades sindicais de 18 países filiadas à IEAL, além de entidades da Suécia, Noruega, Estados Unidos e França, convidadas pela organização do encontro.
O evento, que encerrou uma semana de diversos encontros da IEAL na capital costa-riquenha, contou com a participação da Contee, desde a última segunda-feira, através da Coordenadora da Secretaria de Políticas Internacionais, Maria Clotilde Petta, e da Coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais, Adércia dos Santos.
Foram tema de debate as estratégias utilizadas por empresas multinacionais para privatizar a educação e suas consequências para a sociedade e movimentos sociais. Durante a conferência do doutor em educação, Luiz Fernandes Dourado (Universidade Federal de Goiás), sobre o tema das privatizações, a coordenadora da Contee, Adércia dos Santos, falou sobre as manifestações de estudantes contra as mudanças no sistema educacional do Estado de São Paulo e foi muito aplaudida. Adércia também falou sobre o processo de mercantilização da educação. “Os dados do atual cenário educacional colocam em evidência a impossibilidade de se frear o processo de mercantilização, fusão e aquisição sem apoio da sociedade. Leva-se em conta ainda, que diante desse quadro, é urgente uma política de valorização do ensino público e a expansão da oferta pública de vagas em um nível semelhante à oferecida pelo setor privado, invertendo a lógica atual do custeio de vagas com dinheiro público nas instituições de ensino privada”, disse a coordenadora da Contee.
No Encuentro, foram discutidos os desafios e ações para o setor na América Latina. Em sua fala na abertura do evento, o presidente do Comitê Regional da IEAL, Hugo Yasky, ressaltou que estamos em uma nova etapa do movimento educacional. “Devemos fazer uma análise introspectiva da experiência da escola, da experiência e prática de ensino e alinhá-la com a luta e os movimentos que ocorrem fora de nós mesmo. Temos que passar a incorporar outros setores sociais, como os estudantes e pais, e buscar a coordenação conjunta com os representantes dos setores que estão envolvidos na causa popular dos povos da América Latina. Esta construção de alianças é fundamental”, disse Yasky.
Outro ponto discutido no evento foi o cumprimento das metas educativas para o período de 2021 a 2030, na América Latina. Para a representante da Organización de Estados Iberoamericanos (OEI), o sucesso do cumprimento das metas depende da articulação conjunta da sociedade civil com os principais agentes, como os sindicatos.