Dilma defende união da esquerda para Brasil avançar com justiça social
Durante a abertura do 5º Congresso Nacional do PT, que iniciou nesta quinta-feira (11) em Salvador, na Bahia, a presidenta Dilma defendeu em seu discurso a união da esquerda para avançar com justiça social. Pediu que seu partido, as demais siglas progressistas, os movimentos sociais e os militantes da legenda continuem a caminhar “juntos e firmes” para transformar o Brasil.
Roberto Stuckert Filho“Todos que estão aqui [no 5º Congresso] compartilham essa vontade de transformar o Brasil. Para alcançar isso, precisamos caminhar juntos e firmes. Preciso de cada um de vocês, de toda força que vocês podem me dar, estando ao meu lado”, disse a presidenta.
“Eu preciso contar com o meu partido, que é livre para fazer propostas, autônomo na defesa do programa, firme nas críticas, porque elas são necessárias. Nunca achamos que nós devemos andar no mesmo ritmo e pensar do mesmo jeito”, completou.
Durante o discurso, ela ainda pediu que eles não se deixem abater por discursos e comportamentos intolerantes. “Eles são produtos da intolerância de uma minoria”, avaliou.
Ela também solicitou que os militantes petistas não se submetam aos que torcem pelo fracasso do partido e do governo federal. “Municiem-se de informações. Falem da Petrobras, sim. A Petrobras reorganizada, capaz de punir aqueles que dela se beneficiaram ilicitamente”, falou.
Além disso, Dilma voltou a defender o ajuste fiscal promovido pelo governo federal. Segundo ela, apesar das mudanças, o governo não alterou os compromissos com o Brasil e que são defendidos pelo PT desde 2003, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência da República.
“Este é o momento para afirmar que nós somos um governo que tem a coragem de realizar ajustes e que faz esses ajustes para dar sustentabilidade, continuidade, perenidade e fazer avançar o projeto de desenvolvimento, de mudanças, que adotamos desde 2003″, garantiu a presidenta.
A mandatária pediu que o partido faça uma leitura correta da situação e compreenda as medidas táticas para assegurar os objetivos estratégicos.
“Eu vim para assegurar a cada militante petista que temos uma agenda forte, consistente, de medidas, que vão garantir a retomada do crescimento, a continuidade e o avanço do processo de inclusão, de ascensão social do nosso povo”, completou Dilma.
“Partido vivo e de cabeça erguida”
Já o ex-presidente Lula garantiu, durante seu discurso também na abertura, que o PT está “vivo e de cabeça erguida, na perspectiva de construir um país muito melhor”. “O PT continuará vivo, enquanto os trabalhadores desse país continuarem sonhando com uma vida melhor. Por isso, temos a obrigação de olhar para o futuro, de continuar semeando a esperança”, completou.
Durante o discurso, ele relembrou o constante ataque da imprensa ao PT, desde 2005. “Nesse mês de junho completa dez anos que a imprensa brasileira começou a decretar a morte do PT [em alusão ao início do chamado ‘mensalão’]”, criticou.
No entanto, Lula lembrou que, um ano depois, em 2006, ele foi reeleito para um segundo mandato na presidência da República. O mesmo aconteceu em 2010, quando a imprensa atacou a presidenta Dilma Rousseff e, mesmo assim, ela foi reeleita.
“Eles não conseguem entender que a força do PT vem do nosso profundo enraizamento com a nossa sociedade brasileira. Nossa força vem do chão da fábrica, da terra plantada com o suor do lavrador, das escolas, das ruas e das praças onde lutamos sempre junto com o povo para construir um país verdadeiramente democrático, mais desenvolvido e mais justo”, afirmou Lula.
Além disso, o ex-presidente reconheceu que o Brasil ainda enfrenta problemas como o crescimento do desemprego e da inflação. No entanto, para ele, é preciso corrigir erros, mudar o que for preciso e manter o diálogo com a população. “O PT nasceu para ser porta-voz do futuro e não pode se acomodar jamais”, avaliou.
Lula também criticou a agenda da oposição. Segundo ele, os opositores ao governo são aqueles que querem acabar com o sistema de partilha do pré-sal, destruir a Petrobras e a indústria naval. “Nossos adversários não se conformam com um modelo de desenvolvimento baseado na inclusão, na geração de emprego e renda”, avaliou.