Diretor do Sinpro Campinas e Região leva estudantes para visitar acampamento Marielle Vive!
Na última quinta-feira, dia 05, estudantes do segundo e terceiro ano da E.E Residencial São José conheceram o funcionamento do acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Marielle Vive!, em Valinhos. A visita foi acompanhada pelo diretor do Sinpro e professor, Paulo José Nobre, e pelo também professor, Diorgenes Araujo.
A ação foi conjunta com o Grêmio Estudantil da escola. Os estudantes também levaram doações de alimentos para os moradores do assentamento. Agora, os alunos fazem parte do Comitê de Resistência em defesa do Marielle Vive!, grupo o qual o Sinpro também participa.
As famílias que vivem no Acampamento Marielle Vive! lutam pelo seu direito à terra, através da realização da Reforma Agrária em áreas improdutivas, como a Fazenda Eldorado Empreendimentos Imobiliários. Segundo os sem terra, as áreas que não cumprem sua função social devem ser destinadas para a reforma agrária.
Na visita, os moradores explicaram como é feito o trabalho de base e falaram sobre a organização do acampamento, que divide-se em setores como educação, saúde e segurança e também em coletivos, como por exemplo, os das mulheres, LGBT e Juventude.
Na educação, os sem terra usam o conceituado método cubano “Sim, Eu Posso” para a alfabetização de adultos. A meta do MST é erradicar o analfabetismo nas ocupações.
Os moradores também falaram sobre as constantes violações de direitos básicos sofrida pelas famílias do acampamento. De acordo com eles, os sem terra passam por frequente intimidação policial, dificuldade de acesso à água e à saúde.
Segundo relatos dos estudantes, a visita foi extremamente positiva. Conhecer o funcionamento do acampamento e a realidade das famílias que moram no Marielle Vive! é essencial para afirmar a necessidade da defesa do Movimento Sem Terra.
Reintegração de Posse
As famílias que vivem no acampamento ainda correm risco de expulsão. No dia 12 de agosto a juíza de primeira instância, Bianca Vasconcelos, sentenciou pelo despejo das famílias. A decisão da juíza estabeleceu 15 dias úteis para saída voluntária. No dia 29 de agosto, o Desembargador do TJ de SP, José Tarciso Beraldo, concedeu o efeito suspensivo da ação de reintegração.
A decisão do desembargador estipula a suspensão da reintegração pelo prazo de 90 dias, enquanto analisa as apelações da DPE e dos advogados do MST que requerem o efeito suspensivo.
A proposta do Movimento Sem Terra é construir um assentamento agroecológico para a produção de alimentos saudáveis. O projeto do assentamento contempla a preservação ambiental, solução de demandas sociais das famílias envolvidas e desenvolvimento regional.