Em reunião com Dilma, UNE reivindica que Educação não sofra cortes
Diante do cenário de dificuldades pelo qual vem passando a universidade pública no Brasil e também da série de problemas que o Fies apresentou no últimos meses, diretores da UNE levaram até a presidenta Dilma Rousseff a preocupação com relação aos cortes que podem atingir a educação.
A reunião durou mais de duas horas e os estudantes puderam expor suas preocupações com relação à educação brasileira
A reunião aconteceu na tarde desta terça-feira (19), no Palácio do Planalto e teve duração de cerca de duas horas. Participaram também o ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, o secretário-executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, e as presidentas da Ubes, Bárbara Melo, e da ANPG, Tamara Naíz, além da presidenta da UNE, Virgínia Barros, e outros diretores da entidade.
Nos últimos dias o exemplo da UFRJ, que está sem pagar os seus funcionários terceirizados e paralisou serviços como a limpeza, evidenciou “a urgente necessidade de pôr fim ao contingenciamento das verbas educacionais, que têm prejudicado as universidades federais de todo o país”, como destaca o documento entregue à Dilma durante o encontro.
“Queremos a garantia de que haverá mais verbas para custeio e investimentos nas instituições públicas de ensino superior”, cobra a presidenta da UNE, Vic Barros.
Já o vice-presidente da UNE, Mitã Chalfun, estudante de Educação Física da UFRJ, colocou a preocupação de que o corte de verba não afete os investimentos no ensino superior e não freie a consolidação da expansão das universidades federais ocorrida no último período. “Reivindicamos 2,5 bilhões para o Plano Nacional de Assistência Estudantil compreendendo que a universidade de hoje, por ter alterado a sua base social, necessita urgentemente de uma política robusta de mais investimentos para essa área”, pontua Mitã.
10% do PIB
Os diretores da UNE lembraram ainda que recentemente a Educação teve conquistas históricas como a aprovação do Plano Nacional de Educação com a aplicação dos 75% dos royalties do petróleo, 50% do Fundo Social do Pré-sal e 10% do PIB para o setor.
São medidas já aprovadas pelo Congresso Nacional e sancionadas pela presidenta da República. “Queremos que sejam implantadas com urgência para darmos um salto quantitativo e qualitativo em todos os níveis da educação”, salienta Vic.
Fies
A UNE apresentou ainda o problema do Fies. Para a entidade, o governo tem que garantir os direitos dos estudantes com aditamento de todos os contratos.
A presidenta da UNE relata que Dilma disse que os cortes serão evitados em qualquer programa educacional do governo federal e a intenção é abrir cerca de 1 milhão de novas vagas até o fim do ano em programas como o Fies, ProUni e da rede federal por meio do Sisu.
“Cobramos que é necessário continuar a democratização do acesso ao ensino superior. Muitos estudantes dependem desses programas para dar continuidade aos seus estudos”, pontuou Vic.
Dia de paralisação nas federais
Para pressionar o governo a atender a pauta de reivindicação que foi apresentada, a UNE, a Ubes e a ANPG convocam para a próxima semana um dia nacional de paralisação nas universidades federais.
O objetivo é mobilizar as principais instituições do país com passeatas, atos e intervenções culturais para chamar a atenção da sociedade e da comunidade acadêmica para as ameaças de corte nos investimentos em ampliação, assistências estudantil e melhorais de infraestrutura.
“Nenhum centavo a menos para a educação. Essa é nossa bandeira”, convoca a presidenta da UNE.