Entidades de trabalhadores da Educação querem cancelar leilão de Libra
PROIFES, CNTE e CONTEE entregaram carta para Dilma argumentando que riquezas devem ser entregues para toda a sociedade
BRASÍLIA – Entidades que representam trabalhadores da Educação se posicionaram contra o leilão do campo de Libra, para exploração do petróleo no pré-sal. A disputa, marcada para dia 21 de outubro, é contestada pela Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (PROIFES), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Confederação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE) e por integrantes da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
As entidades protocolaram carta, nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto à presidente Dilma Rousseff, solicitando o cancelamento da disputa. Elas argumentam que devem ser garantidas formas de “maximizar” os ganhos com a extração do petróleo nesse campo “para toda sociedade brasileira”.
As entidades defendem que a Petrobras poderia assumir sozinha a exploração do bloco. “Não há nenhum dispositivo jurídico ou convenção internacional que obrigue a oferta em leilão”, afirmam as entidades, que destacam que participarão do leilão onze empresas, incluindo a Petrobras.
Outras tentativas de suspender o leilão já foram feitas. Na semana passada, o PSOL protocolou na Justiça Federal de Brasília uma ação popular com pedido de liminar para sustar o leilão. A ação é assinada pelos deputados Chico Alencar (RJ), Ivan Valente (SP) e Jean Wyllys (RJ) e pelo senador Randolfe Rodrigues (AP).
Na ação popular, o PSOL considera o leilão um ato lesivo ao patrimônio público e aos interesses nacionais, já que a estatal, como operadora única, por lei tem de ficar com no mínimo 30% do consórcio que irá explorar o pré-sal e tem de arcar com o equivalente à sua participação no bônus de assinatura. No caso de Libra, em que o bônus é de R$ 15 bilhões, ela tem de no mínimo pagar à vista para o governo R$ 4,5 bilhões.
Do O Globo