Esvaziado e aflito, Bolsonaro chama militares após multa milionária

Bolsonaro, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, saiu desanimado do encontro após ouvir dos comandantes militares que não há espaço para qualquer manobra inconstitucional. O mandatário chamou a alta patente militar para uma avaliação do quadro político-institucional

O presidente em fim de mandato, Jair Bolsonaro (PL), convocou na manhã desta quinta-feira uma reunião de emergência com ministros e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para discutir a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, de multar o PL em mais de R$ 22 milhões.

Os militares têm tomado rumo diferente do que preconiza o mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL)
Bolsonaro, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, saiu desanimado do encontro após ouvir dos comandantes militares que não há espaço para qualquer manobra inconstitucional. O mandatário chamou a alta patente militar para uma avaliação do quadro político-institucional, depois de consultar também ministros da área jurídica do governo, inclusive o advogado-geral da União, Bruno Bianco, que recomendou apenas o ingresso de um recurso ao plenário do TSE.

O PL ainda não deu uma resposta à decisão de Moraes, mas o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, estava desde as primeiras horas da manhã em reuniões com assessores jurídicos, na tentativa de esboçar alguma reação à penalidade imposta.

Sozinho

Diante da reação do TSE, o Partido Progressista (PP) e o Republicanos preparam um recurso ao TSE contra o bloqueio dos fundos partidários determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, na véspera, após a empreitada golpista patrocinada por Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Os três partidos fizeram parte da coligação que apoiou o presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua derrotada campanha à reeleição.

PP e Republicanos, no entanto, alegam não ter nenhuma ligação com os movimentos de contestação das urnas e afirmam reconhecer o resultado da eleição. Dessa forma, os partidos deixam Valdemar e a legenda de Bolsonaro isolados na ação golpista patrocinada por Bolsonaro.

Na decisão de quarta-feira, Moraes condenou a coligação de Bolsonaro, formada por PL, PP e Republicanos, ao pagamento de multa no valor de R$ 22.991.544,60 por litigância de má-fé. O presidente do TSE determinou ainda o bloqueio dos fundos partidários das três legendas até o pagamento da penalidade imposta.

Coligação

Por entender que, na iniciativa encampada pelo PL, houve “finalidade de tumultuar o próprio regime democrático brasileiro”, Valdemar será alvo de investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito das milícias digitais; além da ação em curso no TSE.

Integrantes dos outros partidos da coligação, segundo apurou a mídia conservadora, tentaram que Costa Neto desistisse da ideia de questionar o resultado das urnas, citando que o presidente do PL corria risco de se tornar alvo de Moraes.

Apesar da tentativa de se distanciar da investida de Valdemar, dirigentes da coligação também criticaram a decisão do presidente do TSE. Eles afirmam que a multa imposta pode inflamar bolsonaristas e dar motivo para novas ações contra o resultado da eleição.

Esdrúxulo

O ministro Alexandre de Moraes, em sua decisão, entendeu que o PL fez um pedido esdrúxulo, ilícito e ostensivamente atentatório ao Estado democrático de Direito. Moraes indeferiu o requerimento da legenda, na íntegra, para que votos de urnas eletrônicas consideradas “inconsistentes” fossem desconsiderados da contagem do segundo turno da eleição presidencial.

Moraes lembrou, porfim, que as urnas contestadas pelo partido foram usadas nos dois turnos das eleições. Assim, o ministro determinou que a legenda apresentasse em 24 horas um documento que incluísse o primeiro turno, sob pena de indeferir o pedido.

Correio do Brasil

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