Inflação de março atesta total desconexão da realidade por parte do BC, aponta economista
“Última ata do Copom foi um completo atestado de alienação do Banco Central em relação à economia real”, afirmou Auréio Valporto
O economista Aurélio Valporto, presidente da Abradin (Associação Brasileira de Investidores), analisou os números da inflação divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE e destacou que a queda dos índices confirmam que o presidente do Banco Central está completamente desconectado da realidade econômica do país.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do país, fechou em 4,65% no acumulado dos últimos 12 meses até março, menor do que os últimos doze meses terminado em fevereiro (5,60%), sendo a menor taxa para 12 meses desde janeiro de 2021, de acordo com os dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (11). Em março, a taxa de inflação ficou em 0,71%, puxada principalmente pelos preços dos combustíveis, que subiram 8,33% no mês.
“A inflação de março, bem abaixo do esperado, confirma a total desconexão do Banco Central da realidade econômica. A inflação somente não foi menor porque houve a reoneração dos combustíveis, cujos preços puxaram o índice de março”, disse Valporto.
“Isso comprova que a inflação é de custos e que a última ata do copom foi um completo atestado de alienação do Banco Central em relação à economia real”, acrescentou o economista.
“A ata dizia haver inflação de demanda sobre serviços. Como há excesso de demanda sobre serviços quando as indústrias de bens duráveis estão dando férias coletivas?”, indagou o especialista. “Não se consome em serviços quando estão faltando itens básicos em casa”, prosseguiu.
“Mais de 30% dos bares e restaurantes tiveram prejuízos em fevereiro, mês de carnaval. Mais do que um atestado de desconexão com a realidade, ata do Copom teve contornos de indigência intelectual”, apontou o presidente da Abradin.
