Lula critica em BH a destruição do país pelo governo: “vamos recuperar a indústria brasileira e a Petrobrás”

Bolsonaro “está mais para fariseu do que cristão”, afirmou. “Não estamos fazendo uma campanha normal, uma campanha comum, não é partido contra partido, não é ideia contra ideia. O que está em jogo é a democracia contra o fascismo. É a democracia ou a barbárie”, afirmou o ex-presidente

O ex-presidente Lula, falando para multidão presente no comício de Belo Horizonte (MG), nesta quinta-feira (18), criticou a destruição do país promovida pelo governo Bolsonaro.

Ele fez referência à luta de Tiradentes para que o Brasil deixasse de ser colônia e disse que está “de volta para uma nova independência do país”. Também afirmou que o Brasil deve se unir para que seja feita a reconstrução nacional. “Vamos recuperar a indústria brasileira e a Petrobrás”, disse.

“Eu estou voltando porque sei que não vou estar sozinho. Quando a minha cabeça não pensar mais, eu sei que pensarei pela cabeça de vocês, quando as minhas pernas não andarem mais, eu andarei pelas pernas de vocês”, discursou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (18), em Belo Horizonte.

Lula não poupou críticas a Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição: “Estamos enfrentando uma pessoa desequilibrada mentalmente, desestruturada do ponto de vista psicológico. Que acha que a polícia tem que matar e não prender. Que tem que vender arma e não vender livro. Que tem que estimular o ódio, e não o amor”, disse no final do comício.

“Esse cidadão está mais para fariseu do que cristão”, disse Lula.

O ex-presidente sabe que se vencer as eleições vai pegar um país completamente desestruturado econômica e socialmente.

“O Brasil de hoje está pior que o Brasil de 2003, quando tomei posse. A inflação estava 12%. Nós puxamos a inflação para 4,5%. O Brasil tinha dívida bruta de 65%, reduzimos para 39%”.

O jornalista Chico Pinheiro foi um dos apresentadores do ato político.

“DEMOCRACIA OU A BARBÁRIE”

O chefe do Executivo, disfuncional, faz campanha guiada por ódios, preconceitos e violência. Um bolsonarista matou a tiros o dirigente do PT em Foz do Iguaçu (PR), em julho. Então, como contraponto às intolerâncias do adversário Lula não lhe poupa críticas.

“Não estamos fazendo uma campanha normal, uma campanha comum, não é partido contra partido, não é ideia contra ideia. O que está em jogo é a democracia contra o fascismo. É a democracia ou a barbárie.”

BRASIL INCLUSIVO

O Brasil se caracteriza, sinteticamente, por ser um País injusto, desigual e desequilibrado. No mandato de Bolsonaro essas mazelas foram turbinadas e, ainda, pioradas na pandemia.

“Nós queremos criar um País sem discriminação racial. Nós queremos dizer não ao racismo. Que o povo negro tenha o direito de ocupar os melhores cargos, empregos e universidades”, disse.

“Este País vai privilegiar o amor, a solidariedade, vai dizer que nós seres humanos, queremos continuar sendo humanistas e não algoritmos pra ser utilizado pelas redes sociais”, discursou Lula para imensa plateia que o ovacionava.

“Eu vou criar o Ministério dos Povos Originários, e uma indígena será ministra deste País. A Funai não será mais dirigida por um branco dos olhos verdes, mas sim por um indígena. Vamos reconstruir o Ministério da Igualdade Racial. Da Mulher. Das Pequenas Empresas”, enfatizou o ex-presidente.

FUTURO MELHOR

“O que nós estamos discutindo aqui é se os nossos filhos, se os nossos netos, terão um País que garanta a eles a oportunidade de trabalhar, de casar, de construir família e viver dignamente. É se a gente vai continuar fazendo universidade pra todos ou pra meia dúzia de privilegiados.”

“É se a gente vai garantir que cada homem e cada mulher terá casa para morar. É saber se cada brasileiro vai poder tomar café, almoçar e jantar todos os dias”, porque 33 milhões de brasileiros passam fome hoje.

AGENDA DE LULA EM BH

Lula desembarcou no início da tarde desta quinta-feira, em Belo Horizonte, onde fez o primeiro comício da campanha eleitoral.

Antes disso, ao longo da tarde, o petista gravou peças publicitárias para o programa eleitoral dos dois candidatos no Estado: Alexandre Kalil (PSD), que disputa o governo, e Alexandre Silveira (PSD), postulante à reeleição ao Senado.

Lula foi a Belo Horizonte para realizar supercomício, de olho no caráter decisivo do Estado. Desde 1989, primeira eleição direta desde a redemocratização, quem ganha em Minas Gerais leva a Presidência. A equipe do petista preparou o ato na capital mineira com presença de evangélicos e bandeiras verde-amarelas em “vacina” às estratégias de campanha adotadas por Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.

ALAVANCAR KALIL

Há ainda o objetivo de alavancar a candidatura de Kalil, que buscar subir nas pesquisas. Levantamento encomendado pelo banco Genial e publicado pela Quaest na semana passada aponta liderança, com certa folga, do governador Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição, que tem 46% das intenções de voto.

Kalil aparece em seguida, com 24%. Ainda assim, de acordo com a mesma pesquisa, para a disputa nacional, Lula está na frente em Minas Gerais, com 42%, ante 33% de Bolsonaro.

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