Luta por auxílio emergencial é urgente e é de todos/as
Se há uma luta urgente e imprescindível é a da defesa do auxílio emergencial. E não do arremedo de auxílio de R$ 200 ou R$ 250 por quatro meses cogitado nesta semana pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Mas do auxílio de R$ 600 por no mínimo seis meses, como tem pressionado a oposição ao governo federal neste início de ano legislativo.
Essa é uma das principais pautas dos movimentos sociais e sindical. Não foi por acaso que, há cerca de uma semana, no último sábado (6), as centrais sindicais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo organizaram o Dia Nacional de Luta pelo Auxílio Emergencial. A essa bandeira se juntam outras, igualmente urgentes e que se complementam: a vacina rápida e gratuita para todos e todas e o “Fora Bolsonaro!”.
As batalhas não são isoladas. Nem aquelas que tocam as especificidades de cada categoria. Neste momento, por exemplo, a Contee e suas entidades filiadas estão imersas no enfrentamento da pressão pela volta às aulas presenciais num momento em que a pandemia segue com números alarmantes. Professores e técnicos administrativos têm sido acossados, ameaçados, chamados de vagabundos, tratados como se não quisessem voltar ao trabalho, sendo que o trabalho nunca parou — e até aumentou muito, sem reconhecimento ou remuneração — nestes meses todos.
E o que isso tem a ver com a resistência do governo ao auxílio de R$ 600? Tudo, porque, longe de ser o direito constitucional à educação — como se este se opusesse ao direito igualmente constitucional à saúde —, é o apelo do mercado que pressiona pela volta das atividades dentro dos prédios das escolas, independetemente do risco que isso acarreta (e houve até sindicato patronal que, em mesa de negociação, tentasse condicionar a discussão da Convenção Coletiva de Trabalho — CCT às aulas presenciais, argumentando falaciosamente que, sem isso, não há escola.) É esse mesmo mercado que, tomando emprestadas as palavras do jornalista Leonardo Sakamoto (https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2021/02/09/mercado-da-chilique-para-volta-do-auxilio-mas-nao-deu-para-o-negacionismo.htm), “topa Bolsonaro semear covid, mas não retorno do auxílio emergencial”.
É justamente porque as bandeiras não são isoladas, mas parte de uma mesma luta, que a Contee também se soma a essa batalha, na campanha pelo auxílio emergencial até o fim da pandemia, pela pressão nos governos para que adotem medidas para a manutenção e retomada dos empregos, pela vacinação, pelo impeachment.
Por Táscia Souza