Maduro assume novo mandato e reafirma poder popular contra o imperialismo

Em meio a pressões internacionais e desafios internos, o presidente prometeu paz, prosperidade e resistência popular para os próximos seis anos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi empossado nesta sexta-feira (10) para um novo mandato de seis anos, após vencer as eleições presidenciais de julho de 2024 com 51,2% dos votos, conforme declarado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A cerimônia ocorreu na Assembleia Nacional, em Caracas, com a presença de delegações de 125 países e organizações internacionais, em um evento que reafirmou a continuidade do projeto bolivariano iniciado por Hugo Chávez.

Maduro prestou juramento sobre uma cópia da Constituição Bolivariana, assinada por Chávez, e recebeu a faixa presidencial junto com o colar que simboliza as chaves do sarcófago contendo os restos mortais de Simón Bolívar. Após a formalidade, o presidente assinou o ato que oficializa sua posse e deu início ao discurso que marcou a celebração da resistência venezuelana frente às pressões internacionais e desafios internos.

Discurso de resistência e soberania

Em seu pronunciamento, Maduro exaltou a histórica resistência do povo venezuelano contra o colonialismo e o imperialismo, reiterando o compromisso de seu governo com a independência nacional. “O poder que tenho emana do povo, não de governos estrangeiros”, declarou o presidente, numa clara crítica às sanções impostas por países como os Estados Unidos e às tentativas de desestabilização promovidas pela oposição de extrema direita.

Maduro também reforçou a legalidade de seu mandato. “A Constituição da Venezuela, que garante o Estado Nacional Democrático de Direito e Justiça, foi escrita pelo povo, aprovada pelo povo, defendida pelo povo”, disse.

Ele destacou que a Venezuela realizará três eleições em 2025, incluindo a escolha de novos representantes da Assembleia Nacional, como parte de um compromisso com a democracia e a soberania do país.

Em uma fala contundente, o presidente denunciou o apoio da direita internacional às tentativas de interferência na Venezuela, mencionando o presidente argentino Javier Milei como “encabeçador de uma conspiração mundial” contra a soberania do país. “Eles não puderam impor um presidente e jamais poderão”, afirmou Maduro.

Presença internacional e apoio popular

A posse de Nicolás Maduro contou com a presença de representantes de 125 países e organizações internacionais, além de mais de dois mil delegados que participaram do Grande Festival Mundial Antifascista, realizado paralelamente à cerimônia. Movimentos populares também se mobilizaram em Caracas, com caravanas que lotaram as ruas da capital para expressar apoio ao presidente.

Durante a cerimônia, Maduro fez questão de saudar camponeses, pescadores, grupos feministas e organizações comunitárias, reafirmando o compromisso do governo com os setores populares. “Essa posse pertence ao povo”, declarou o presidente, destacando que a participação popular é a base do projeto bolivariano.

A celebração também foi marcada pela música e pela cultura, com uma intensa agenda de atividades que envolveram debates políticos e manifestações artísticas. Maduro ressaltou que as mobilizações populares representam a vitalidade da democracia venezuelana e a resistência às tentativas de desestabilização promovidas pela oposição e seus aliados internacionais.

“Sete Transformações” e o futuro do país

Maduro aproveitou a cerimônia de posse para anunciar o lançamento de um processo de reforma constitucional, que busca atualizar a Carta Magna da Venezuela, promulgada há 25 anos. O presidente destacou que a reforma será realizada com ampla participação popular, reafirmando o caráter democrático de seu governo.

O presidente também apresentou o plano das “Sete Transformações”, que será o eixo de seu novo mandato. O programa inclui a construção de um novo modelo econômico produtivo, a promoção da ciência e tecnologia, a consolidação da defesa nacional e o combate ao aquecimento global, além de iniciativas para fortalecer o poder popular e ampliar as relações internacionais da Venezuela.

Maduro reiterou que a implementação das “Sete Transformações” será feita com base no “Plano da Pátria”, que é fruto de uma construção coletiva. Ele destacou que o plano visa garantir o bem-estar social e enfrentar os desafios impostos pelas sanções internacionais.

Críticas ao papel da mídia internacional

Durante seu discurso, Maduro também criticou a disseminação de notícias falsas sobre a Venezuela por parte da mídia internacional, que, segundo ele, tenta desviar a atenção dos avanços do país. “Existe um universo comunicacional de duplicidade: de um lado, os laboratórios cognitivos que criam fake news; de outro, a Venezuela real, que celebra sua soberania”, afirmou o presidente.

Ele também condenou as campanhas de desinformação promovidas pela oposição, acusando-a de manipular a opinião pública para justificar a violência e a instabilidade no país. Maduro reafirmou que o governo continuará a trabalhar para consolidar a paz e a estabilidade na Venezuela.

“Farei cumprir todas as obrigações da Constituição e das leis da República. Este novo período presidencial será o período de paz, prosperidade, igualdade e nova democracia”, disse.

Desafios e promessas

A posse de Nicolás Maduro ocorre em um momento de grande pressão internacional, marcado pelas 930 sanções impostas contra o país por potências estrangeiras. Apesar disso, o presidente prometeu um novo período de “paz, prosperidade, igualdade e nova democracia”, comprometendo-se a aprofundar o legado bolivariano e fortalecer a independência nacional.

Com uma base popular consolidada e apoio internacional significativo, Maduro inicia mais um mandato como um dos principais bastiões da Revolução Bolivariana na América Latina, enfrentando os desafios internos e externos com a promessa de construir um futuro mais justo e soberano para a Venezuela.

Do Vermelho

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo