Médica ameaça pacientes que não votarem em Bolsonaro e depois foge das redes
A médica Beatriz Padovan Vilela publicou nos stories do seu Instagram uma ameaça que repercutiu mal e ganhou projeção nacional.
“Hoje é dia de maldade. Perguntar pro paciente em quem vai votar antes da alta. Dependendo da resposta, alta só segunda! #B17 É dessa vitamina que o povo brasileiro precisa!”, publicou Beatriz.
A mensagem também foi postada no Facebook. Horas após a repercussão do caso, a médica excluiu seus perfis nas redes sociais, mas muita gente já havia registrado prints das publicações.
A Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) de Campo Grande (MS) diz que vai apurar o caso.
Uma crítica à atitude da médica publicada no Twitter na manhã deste domingo (28) já angariou quase 2 mil curtidas e cerca de 1,1 mil compartilhamentos.
“Fica a observação para vocês tomarem cuidado”, escreveu uma usuária do Twitter. “Nossa! Que falta de ética! Tem que denunciar para o CRM!!”, afirmou outra internauta.
“Essa mulher deveria ser sim punida pelo Conselho Federal de Medicina, não só por ferir o Código de Ética Médica, mas também por desonrar o Juramento que fez ao se formar: “Como membro da profissão médica, prometo que respeitarei a autonomia e a dignidade do meu doente; guardarei o máximo respeito pela vida humana e não permitirei que considerações sobre idade, crença religiosa, FILIAÇÃO POLÍTICA, orientação sexual ou qualquer outro fator se interponham entre o meu dever e o meu doente […]”, publicou outro internauta.
Em nota, a Sesau orientou que o caso seja denunciado ao Conselho Regional de Medicina do Mato Grosso do Sul, que “pode proceder na abertura de sindicâncias e processos disciplinares”.
A Sesau ressaltou que “não concorda e não corrobora com opiniões, seja de conotação política ou não, que contrariem os códigos éticos profissionais, neste caso o da medicina, uma vez que o mesmo reforça que o profissional jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade”.
No entanto, a pasta disse ainda que “não há nenhuma restrição sobre o livre pensamento, sendo o mesmo assegurado legalmente, considerando a liberdade individual dos servidores nas suas relações privadas, especialmente no uso de perfis pessoais nas redes sociais, sendo os mesmos responsáveis por responder cível e criminalmente pelos seus atos”.