Milhares de chilenos reivindicam educação gratuita e fim dos lucros
Cerca de 150 mil estudantes chilenos se reuniram em uma manifestação pacífica ontem (11) em Santiago, capital do país, para exigir a gratuidade da educação em todos os níveis, e o fim do lucro no setor – atividade proibida por lei, mas praticada pelas instituições de ensino que se justificam por meio de brechas legais.
Essa foi a primeira manifestação do ano convocada pela Confederação de Estudantes do Chile (Confech), que reúne universitários, e organizações de alunos do ensino médio, além de ter contado também com o apoio dos principais sindicatos do país.
O movimento estudantil mostrou sua força em um ano-chave para que suas reivindicações – feitas desde 2011 – sejam atendidas, já que as eleições presidenciais e parlamentares acontecerão em novembro.
Os manifestantes se reuniram na Praça Itália, no centro, e seguiram pela Alameda, a principal via da capital, em direção à Estação Mapocho, onde terminou o protesto pacífico e festivo, durante o qual os jovens que levavam cartazes e bandeiras tocaram músicas e gritaram palavras de ordem.
“E vai cair, e vai cair, a educação de Pinochet”, foi um dos gritos principais, que se refere ao fato de o sistema educacional atual ter sido implementado pelo regime militar (1973-1990).
No final da passeata, alguns grupos isolados de jovens, a maioria encapuzados, enfrentaram a polícia, que utilizou bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar os manifestantes.
Os jovens também organizaram protestos nesta quinta-feira em outras cidades do país como Iquique, La Serena, Valparaíso, Chillán, Concepción, Temuco e Valdivia.
“Quando dizemos que queremos uma educação gratuita para todos é porque entendemos que a educação é um direito, e os direitos ou são para todos, ou não são direitos”, disse o presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECH), Andrés Fielbaum.
As taxas de matrícula das universidades chilenas são muito caras, o que faz com muitos estudantes sejam obrigados a pedir empréstimos bancários para financiar seus cursos superiores, e depois eles demoram muitos anos para pagar.
O governo conservador de Sebastián Piñera impulsionou programas de bolsas de estudos e outras ajudas, mas os estudantes exigem uma reforma profunda do sistema.
“A principal diferença entre o Chile de 2010 e o de 2013, apesar das transformações concretas terem sido poucas, é que a maior parte da população entende que é possível sonhar com um país diferente”, ressaltou Fielbaum.
Do Portal Terra