Movimentos sociais e organizações criam Comitê Palestina Livre

O evento contou com uma intensa participação de integrantes de movimentos sociais, federações, sindicatos, partidos e representantes da sociedade civil

Uma reunião de representantes de mais de 50 organizações marcou a criação de uma frente nacional de solidariedade pela Palestina. O evento, realizado na terça, dia 21 de novembro, à noite, no Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, contou com uma intensa participação de integrantes de movimentos sociais, federações, sindicatos, partidos políticos, entre outros grupos da sociedade civil. Com a aprovação dos presentes, foi criado o comitê Palestina Livre.

Entre os encaminhamentos estão a estruturação de uma campanha com agendas de mobilização para que a população fique sabendo da situação enfrentada pelos palestinos na Faixa de Gaza. Os próximos eventos de rua do comitê já têm data marcada. No próximo dia 25, haverá um ato na Largo Glênio Peres contra a violência às mulheres palestinas. A mobilização já estava agendada pela Frente Gaúcha de Solidariedade ao Povo Palestino.

Não é questão de esquerda ou direita

Em 29 de novembro – Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino – data instituída pelas Nações Unidas, para lembrar o aniversário da Resolução 181, aprovada em 1947, o Plano de Partição da Palestina – será realizada uma manifestação para engajar porto-alegrenses e moradores do interior gaúcho à causa.

O presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil Ualid Rabah salientou que o Rio Grande do Sul é o Estado brasileiro com o maior número de migrantes e descendentes de palestinos, seguido de São Paulo e Distrito Federal. Rabah argumentou a necessidade de criação do comitê, sem disputas partidárias, que “não se fulanize”. “O comitê deve ser grande, amplo e de consensos,” frisou o ativista.

Rabah disse que o momento exige a união de movimentos como o dos negros, dos trabalhadores sem terra (MST), dos indígenas, de todos os partidos do amplo campo popular para que mais gente tome conhecimento dos fatos que ocorrem na Faixa de Gaza. “O genocídio que está acontecendo não é questão de esquerda ou de direita”, argumentou.

Ele revelou lados dramáticos do conflito. “Nesse momento, há entre 17, 18 mil mortos e desaparecidos,” afirmou. Desse total, 7.5 mil a 8 mil são crianças e 4 mil mulheres. Rabah informou ainda que há 33 mil feridos, não há hospital que possa os cuidar. Todos que estavam tendo algum tipo de acompanhamento médico tiveram seus tratamentos interrompidos. A região está sem água potável. “Aumentaram os casos de câncer, devido ao uso de fósforo branco e urânio,” acrescentou.

“Estamos diante de um genocídio televisionado, onde o povo filma o seu próprio extermínio”

Segundo Rabah, o que acontece hoje em Gaza é pior proporcionalmente do que os nazistas fizeram na segunda guerra mundial. “No nazismo se matavam 127 crianças por dia, em Gaza, estão matando 180 crianças por dia”. “Estamos diante de um genocídio televisionado, onde o povo filma o seu próprio extermínio.”

Na Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, concluída em Paris, em dezembro de 1948, durante sessão da assembleia geral das Nações Unidas, a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como assassinato de membros do grupo; dano grave à integridade física ou mental de membros do grupo, é entendido como genocídio.

Amarildo Cenci, presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul (CUT-RS), destacou a importância da criação do comitê e da participação dos movimentos para que unam esforços por ações concretas em apoio ao povo palestino. “É preciso encontrar caminhos para uma solução”, defendeu Cenci. No final do encontro, mais de 10 organizações se prontificaram colaborar no grupo de coordenador das iniciativas do comitê.

Do Extra Classe

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