Nota da Contee e do Sinpro Itajaí em defesa dos trabalhadores em educação e da vida
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee e o Sindicato dos Professores de Itajaí e Região — Sinpro Itajaí manifestam seu repúdio a quaisquer falas que tentem desqualificar os servidores públicos, cujo trabalho é essencial para a garantia de direitos constitucionais básicos como educação, saúde, segurança pública e assistência social.
Esses servidores já têm sido alvo de ataques por meio de projetos como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma administrativa, que joga em suas costas a conta pela incompetência administrativa do governo federal, e a PEC Emergencial, que propõe vincular o auxílio emergencial ao fim da exigência dos percentuais mínimos de recursos destinados à saúde e à educação. Além do caos generalizado nas áreas mais essenciais — as quais, neste momento de agravamento da pandemia, precisavam de mais investimentos, e não menos —, isso impacta diretamente o trabalho de servidores cada vez mais pressionados e obrigados a colocar sua própria vida em risco.
Paralelamente, porém, a Contee e o Sinpro Itajaí e Região também rechaçam qualquer tentativa de ataque aos trabalhadores do setor privado, em especial os das escolas particulares, também submetidos ora a jornadas exaustivas e precarização do trabalho — atirados, muitas vezes sem preparo ou amparo, na necessidade das aulas remotas impostas pela crise da Covid-19 —, ora à cobrança de empresários do ensino pela volta das atividades escolares presenciais sem que haja condições sanitárias para tanto, num momento em que a situação do estado e de todo o país apresenta uma gravidade alarmante. Isso sem falar nas ameaças constantes de perda de emprego.
Trabalhadores da educação pública e do setor privado de ensino não estão de lados opostos. Pelo contrário, ambas as categorias, apesar de não terem poupado esforços para manter a educação de pé ao longo do último ano, têm sido covarde e igualmente achincalhadas, inclusive com acusações de que não querem trabalhar quando, ao longo de todo esse período de pandemia, nunca interromperam ou deixaram de desenvolver seu trabalho pedagógico, grande parte das vezes num volume ainda maior.
O estado de Santa Catarina, assim como todo o país, apresenta índices altíssimos de contaminação, mortes e ocupação hospitalar. E trabalhadores da educação, tanto da rede pública quanto do setor privado, têm razão e concordância em sua luta: o retorno às atividades escolares presenciais neste momento contribui para o agravamento dessa situação. A educação é, sim, essencial, mas é justamente por sê-lo que precisa continuar remotamente neste momento crítico, pela saúde e pela vida.
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee
Sindicato dos Professores de Itajaí e Região — Sinpro Itajaí