Nota pública em defesa do hospital de base e da saúde pública do DF
O Partido Pátria Livre do Distrito Federal (PPL-DF), em manifestação recente, condenou a tentativa do GDF de privatizar a gestão do Hospital de Base do Distrito Federal, referência da saúde pública da Capital e plataforma fundamental para a sustentação do SUS em Brasília e região.
Hoje, a Câmara Legislativa estará votando o projeto que entrega do maior hospital público do centro oeste e um dos dez maiores hospitais públicos do Brasil para o setor privado, através de um instituto ou uma OS.
Entretanto, não foi isso que o atual governador defendeu na última campanha eleitoral, muito pelo contrário.
Trata-se, portanto, de uma agressão aos que o elegeram e uma renúncia a uma gestão pública eficiente que se espera de alguém que se propôs a governar o Distrito Federal. As dificuldades do momento não justificam qualquer proposta no sentido da privatização da gestão pública ou sua caricatura camuflada de terceirização.
O resultado disso, como já ficou provado em experiências semelhantes, como a do Hospital de Santa Maria, será a precarização dos serviços já bastante comprometidos à população que depende do sistema público de saúde e o aviltamento das condições funcionais de servidores da área.
Brasília reúne duas condições que, por si só, prescindiriam desse projeto privatista: uma rede física de saúde ainda inigualável e um corpo de funcionários públicos (médicos, enfermeiros, técnicos, etc…) reconhecidamente competente e dedicado.
O governador ganha um salário para administrar Brasília e a sua saúde pública. No entanto, ele prefere terceirizar e privatizar. O presidente do Sindicato dos Médicos, Guttemberg Fialho, que é um dos nossos vice-presidentes do partido, com muito orgulho para nossa agremiação, foi eleito pela sua categoria para defendê-la, o que faz com muito zelo e firmeza, sendo amparado por lei para estar liberado de suas atividades profissionais na rede pública para exercer suas atividades sindicais.
Então, perguntamos, quem, nesse caso, ganha e não trabalha? E quem, ao fazer um ataque dessa natureza à liderança do Sindicato dos Médicos de Brasília (a de que ele ganha sem trabalhar) desrespeita a própria legislação vigente?
O governador, com essa postura, revela apenas seu desespero diante do posicionamento de diversas categorias da área de saúde contrárias à decisão de transferir responsabilidades, que são suas, para o setor privado, cuja lógica, como já sabemos por situações anteriores, conhecidas aqui em todo país, é o lucro e não a prestação de serviços públicos de qualidade a uma população que não tem outra alternativa senão a rede pública de saúde.
Não é essa a postura que a sociedade espera de um governante que foi eleito para governar e não transferir responsabilidades, razão pela qual conclamamos os senhores deputados distritais a rejeitarem esse projeto que coloca em risco não apenas um hospital dessa importância e envergadura, mas o futuro da saúde pública de Brasília e de toda região.
Brasília, 19 de junho de 2017
COMISSÃO EXECUTIVA DISTRITAL PPL-DF