Notas rápidas internacionais

– Nicarágua viveu fim de semana de conflitos. Especialmente nas cidades de Masaya, León e Rivas. Em Manágua os focos de tensão são na Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua e na Universidade Politécnica. Presidente Daniel Ortega fez um pronunciamento por rede de TV na noite do sábado pedindo paz e a interrupção dos conflitos. CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) diz que ainda não teve permissão para visitar o país.

– O até então consulado norte americano em Jerusalém, no bairro de Arnona, hoje passará a ser a Embaixada dos EUA em Israel. Uma grande mobilização palestina já ocorre nesse momento na Faixa de Gaza com protestos contra a mudança e em memória dos 70 anos da Nakba (catástrofe) em decorrência da criação do Estado de Israel. Protestos também ocorrem em Ramallah, Belém, Hebron, Nablus, Jericó e outras localidades palestinas.

– Popularidade de Mauricio Macri despencou na Argentina. Pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Opinião Pública (CEOP) diz que 62,7% da população tem uma imagem negativa de Macri. É o índice mais alto desde o início do mandato em dezembro de 2015. Cerca de 77% consideraram negativa a decisão de recorrer ao FMI. Outra pesquisa, da consultoria D’Alessio Irol-Berensztein havia mostrado 75% considerando inadequado recorrer ao FMI e 66% responsabilizando o governo pela crise cambial.

– Presidente da Bolivia, Evo Morales, denunciou via twitter ontem, domingo 13 de maio, que os EUA e a OEA têm um plano para impedir as eleições venezuelanas do próximo dia 20. Disse que serão realizadas ações violentas apoiadas pela imprensa e que após a eleição tentarão uma invasão com forças armadas dos países vizinhos.

– Aconteceu em Paris, no sábado (12) pela noite, um atentado terrorista cuja autoria está sendo reivindicada pelo EI. Uma pessoa morreu esfaqueada e quatro ficaram feridas. Autor do atentado é checheno.

– Enquanto o ministro das relações exteriores iraniano, Mohamad Javad Zarif, está em Pequim e programado para ir a Moscou e Bruxelas na sequência, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo diz que se está costurando com os europeus um novo acordo com o Irã.

– Os catalães tentaram no sábado (12) eleger seu novo líder, no entanto Quim Torra, indicado por Carles Puigdemont, conseguiu 66 votos dos 68 que precisava para ser eleito. Hoje (14) haverá segundo turno (maioria simples) da eleição e um dos partidos que estava resistente à sua candidatura, CUP (Candidatura da Unidade Popular) já anunciou que irá se abster na votação, propiciando a eleição.

– Apenas 44% dos iraquianos foram às urnas no sábado (12) para as eleições. Em Bagdá foram apenas 32%. Resultados oficiais devem sair amanhã (15).

– Grupos pró-internet livre fizeram protestos em Moscou neste domingo (13). Uma das maiores queixas é o bloqueio pelas autoridades russas do Telegram, aplicativo criado e muito usado na Rússia. Considerado um dos mais seguros aplicativos de mensagens do mundo, impede que os serviços de segurança tenham acesso às mensagens dos usuários.

– Brasil se aproxima da liderança mundial na produção de soja. A safra de 2018 deve atingir a marca de 116,9 milhões de toneladas, enquanto a produção americana registrou 119,5 milhões, com previsão de recuar para 116,4 milhões em 2019. Brasil ainda não tem previsão para a próxima safra.

– Aconteceu em Havana, no sábado (12), uma marcha contra a homofobia, transfobia e pelo reconhecimento dos direitos homossexuais. A coordenação da marcha é do Centro Nacional de Educação Sexual (Canesex), cuja diretora é a sexóloga Mariela Castro, filha do ex-presidente e líder revolucionário Raul Castro. Esteve também na marcha a atriz chilena Daniela Veja, protagonista do filme “Uma mulher fantástica” que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2018.

– Comando Sul do exército dos EUA iniciou construção de uma nova base militar na cidade de Neuquén na Argentina, região do Alto Vale do Rio Negro. A região também tem uma base de lançamento espacial chinesa. Região estratégica, é um ponto de tensão entre americanos e chineses na América do Sul.

– Segundo dados da National Science Foundation, dos EUA, em 2017 as universidades americanas perderam 31 mil estudantes estrangeiros, queda de 3,8% em relação a 2016. Declínio está sendo explicado pelas políticas anti-imigração de Trump.

– O atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, planeja criar o Museu da Descoberta com a finalidade de contar a história da expansão portuguesa dos séculos XIII e XIV. A questão é que o nome gerou um enorme debate, já tendo provocado cartas de historiadores e intelectuais, inclusive brasileiros, e muita controvérsia. Os argumentos são de que não se pode contar a história acriticamente como se contava no tempo do salazarismo ou ignorando que o continente americano não foi “descoberto”, pois já viviam por aqui outros povos. O debate está quente em Portugal e já foram dadas alternativas ao nome como “Museu da Viagem”, “da Expansão” e até da “Interculturalidade”.

– Cineasta queniana Wanuri Kahiu pode ser condenada a uma longa prisão em seu país pela produção do longa-metragem Rafiki (amiga), que integra a seleção de Cannes de 2018. O filme é inspirado no romance Jambula Tree da ugandense Monica Arac de Nyeko e trata-se de uma reinterpretação de Romeu e Julieta com as protagonistas sendo duas mulheres que se apaixonam.
Ana Prestes, cientista política

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