Novo ministro diz que ano será difícil e pede ‘união de todos pela educação’
O novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que o avanço nessa área exige “união de todos pela educação” e que o “ano será difícil, devido ao orçamento” em sua coluna semanal publicada nesta segunda-feira (30) no jornal “Valor”. Janine Ribeiro destacou, no entanto, que não dá para pensar na educação “só como o árduo e o complicado. A educação abre o mundo do saber. Conhecer é uma paixão.”
O filósofo e professor titular aposentado da Universidade de São Paulo foi nomeado ministro na última sexta-feira (27) para substituir Cid Gomes, que deixou o cargo no início do mês. Ele vai tomar posse à frente do MEC no dia 6 de abril. Janine Ribeiro será o quinto ministro da Educação de Dilma Rousseff desde o início do primeiro mandato da presidente.
Em sua última coluna ao jornal, para o qual colaborava desde 2011, Janine Ribeiro procurou destacar como a educação pode transformar a pessoa e a sociedade. “A educação pode abrir para tantas formações, que nem o céu é o limite. Educar não é só instruir, é formar para a vida. É construir uma personalidade. É preparar eticamente. É tornar este mundo, vasto e cheio de perspectivas, um ativo de primeira grandeza. É mostrar que os problemas que traz a vida moderna são, na verdade, inúmeras soluções. Mesmo que ainda não saibamos para quê.”
O novo ministro destacou que o Brasil teve êxito em três sucessivas agendas democráticas, e chega agora a uma quarta. Ele enumerou como as três primeiras agendas o processo de democratização após o fim do regime militar; a vitória sobre a inflação; e a inclusão social em larga escala.
Na avaliação de Janine Ribeiro, a nova agenda é a da qualidade dos serviços públicos. “Eles melhoraram mais do que se pensa, com o forte investimento em gestão. Mas a paciência da sociedade diminuiu. Daí a exigência, justificada, de educação, saúde, segurança, transportes públicos de qualidade”, escreveu. “A dificuldade em consegui-lo é a má notícia. A boa notícia é que só nos falta isso – mais a inclusão social remanescente – para sermos uma democracia digna desse nome.”