Papo de terça: Entrevista com o presidente do Saaemg, Carlúcio Araújo

A Contee não é uma entidade sindical de professores, mas sim de trabalhadores em educação, tendo os técnicos administrativos que atuam nas instituições de ensino do setor privado um papel fundamental no processo pedagógico. Para representar essa importante parcela da categoria, o “Papo de terça” de hoje (3) traz uma entrevista com o presidente do Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar de Minas Gerais (Saaemg), que fala sobre temas como o combate à terceirização nas escolas e a luta pela valorização destes trabalhadores.

carlucio

Contee – Quais as principais pautas dos técnicos administrativos que atuam no setor privado de ensino?

Carlúcio Araújo – Entendendo que a valorização da educação passa obrigatoriamente pela valorização dos profissionais desta atividade e os auxiliares e técnicos administrativos estão incluídos entre eles, uma pauta de fundamental importância é o reconhecimento e a valorização destes trabalhadores. Ainda hoje, século XXI, não vemos, tanto no setor público como no privado, nenhum movimento mais incisivo de valorização daquele que, juntamente com o professor, faz a educação. Nesse sentido, a logo da nossa entidade já nos define: Auxiliares de Administração Escolar. Somos trabalhadores, somos educadores.

Poderíamos citar outras pautas, mas prefiro fixar na valorização como um todo, pois nela se inclui reconhecimento, respeito, condições de trabalho, oportunidades e salários.

Contee – Em outubro do ano passado, a Contee lançou, juntamente com suas entidades filiada, uma campanha contra a terceirização nas escolas. Como o senhor avalia a campanha e como esse problema continua afetando os trabalhadores das instituições de ensino?

CA – Com relação à campanha contra a terceirização, o Saaemg ainda a desenvolve, pela sua boa qualidade assim como pela sua importância e necessidade. A cada dia vemos mais instituições de ensino aplicando a artimanha do sistema capitalista/mercantilista, precarizando a mão de obra, fragilizando a relação de trabalho e, ainda, pulverizando os trabalhadores em várias entidades de representação sindical.

Contee – A terceirização nas escolas é uma faceta de mercantilização da educação? De que maneira?

CA – O sistema capitalista necessita de ferramentas para dar continuidade à sua existência e a terceirização é uma delas. Podemos verificar nos últimos anos a investida de grandes grupos econômicos, inclusive multinacionais, investindo na educação, transformando-a em um “grande negócio” no qual têm os alunos como um cliente e, ainda, descaracterizando a nossa forma de ver e ser. Dessa maneira, não vamos mais ver grandes escolas e sim grandes empresas onde se mede o tamanho e o sucesso não pela qualidade do produto final, e sim pelo lucro e dividendos a seus acionistas.

Contee – Como a Confederação e o sindicato podem e devem atuar juntos pela valorização e o reconhecimento dos Técnicos Administrativos?

CA – Dando continuidade ao trabalho de integração entre professores, auxiliares e técnicos administrativos. Somos todos trabalhadores e educadores; não podemos estar divididos nesta tarefa, somos uma só Confederação com um só objetivo. Temos percebido que, nas últimas gestões, a Contee tem procurado valorizar a nossa categoria dando-lhe voz, mas temos nós, auxiliares e técnicos administrativos, que ocupar nosso espaço, assim como o professor ocupa o dele, mas com um só objetivo: o crescimento do trabalhador e a unidade da Contee.

Da redação

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