Para aproveitar as férias: Dicas culturais

O universo da educação já rendeu muitas histórias, tanto no cinema quanto na literatura. Trazendo de volta a listagem selecionada pela Revista Conteúdo de julho, o Portal da Contee aponta algumas delas.

Livros:

Fábrica de diplomas
Autor: Felipe Pena
Editora: Record

Publicado orginalmente com o título “O analfabeto que passou no vestibular”, em alusão ao escandaloso caso ocorrido na Faculdade Estácio de Sá, no Rio de janeiro, onde o autor foi professor, “Fábrica de diplomas” é uma envolvente história de suspense que utiliza como cenário a conturbada (e pouco explorada) realidade dos universitários brasileiros, divididos entre livros, amores impossíveis e festas regadas a drogas e álcool. Uma estudante de farmácia é baleada no campus de uma faculdade durante o intervalo das aulas e o psicanalista Antonio Pastoriza é chamado pelo reitor para investigar o crime e descobre a participação de um estranho personagem, que, apesar de ser analfabeto, acaba de passar no vestibular. No curso das investigações, o psicanalista percebe a decadência do ensino superior no país e a disputa comercial por alunos/clientes entre as instituições privadas, reforçada pela chegada de inescrupulosos investidores estrangeiros, interessados em participar do nosso milionário mercado da educação.

Comédias para se ler na escola
Autor: Luís Fernando Veríssimo
Editora: Objetiva

Seleção de crônicas destinadas ao público em geral, que permite ao leitor mergulhar no universo das histórias e personagens de Veríssimo, prestando atenção nos múltiplos recursos deste artesão das letras. Com certeza, este livro despertará nos estudantes o prazer e a paixão pela leitura.

Jane Eyre
Autora: Charlotte Brontë
Editora: Várias

O romance da escritora inglesa Charlotte Brontë foi publicado em 1847 e é a autobiografia ficcional da personagem título. Mais que uma história de amor conturbada, o livro retrata a emancipação da mulher e de seu espírito, uma vez que Jane, órfã que é mandada pela tia para um colégio interno para meninas pobres, forma-se professora e até monta sua própria escola para crianças carentes. Na história, Charlotte Brontë, através de Jane Eyre, prova que as mulheres eram perfeitamente capazes de trabalhar e de ter uma vida, independentemente de se casarem ou não.

Fahrenheit 451
Autor: Ray Bradbury
Editora Globo

Esse romance distópico de ficção científica é contado em um futuro inespecífico em uma América hedonista e anti-intelectual que perdeu totalmente o controle. Qualquer um que é pego lendo livros é, no mínimo, confinado em um hospício. Quanto aos livros, são considerados ilegais e, uma vez encontrados na posse de alguém, são queimados pelos “bombeiros”. Os livros ilegais achados são principalmente obras famosas como Whitman, Faulkner e outros. O protagonista, Guy Montag, é um bombeiro que, seguindo a profissão de seu pai e de seu avô, tem certeza de que seu trabalho (queimar livros e a casa que os abrigam, bem como perseguir as pessoas que os detêm) – é a coisa mais certa a fazer.

Aula
Autor: Roland Barthes
Editora: Cultrix

Este volume recolhe o texto da aula inaugural da cadeira de Semiologia Literária lido por Roland Barthes no Colégio de França, em 1977. Barthes denuncia a pluralidade do poder, cujo discurso da arrogância não é assumido apenas pelos porta-vozes do sistema, mas se inscreve no próprio mecanismo da linguagem.

Trecho do livro:

“Uma outra alegria me vem hoje, mais grave porque mais responsável: a de entrar num lugar que pode ser dito rigorosamente: fora do poder. Pois se me é permitido interpretar, por minha vez, o Colégio, direi que, na ordem das instituições, ele é como uma das últimas astúcias da História; a honra é geralmente uma sobra do poder; aqui, ela é sua subtração, sua parte intocada: o professor não tem aqui outra atividade senão a de pesquisar e de falar — eu diria prazerosamente de sonhar alto sua pesquisa — não de julgar, de escolher, de promover, de sujeitar-se a um saber dirigido: privilégio enorme, quase injusto, num momento em que o ensino das letras está dilacerado até o cansaço, entre as pressões da demanda tecnocrática e o desejo revolucionário de seus estudantes. Sem dúvida ensinar, falar simplesmente, fora de toda sanção institucional, não constitui uma atividade que seja, por direito, pura de qualquer poder: o poder (a libido dominandi) aí está, emboscado em todo e qualquer discurso, mesmo quando este parte de um lugar fora do poder. Assim, quanto mais livre for esse ensino, tanto mais será necessário indagar-se sob que condições e segundo que operações o discurso pode despojar-se de todo desejo de agarrar. Esta interrogação constitui, a meu ver, o projeto profundo do ensino que hoje se inaugura.”

Pedagogia do oprimido
Autor: Paulo Freire
Editora: Paz e Terra

Um dos mais conhecidos trabalhos do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, o livro propõe uma pedagogia com uma nova forma de relacionamento entre professor, estudante, e sociedade. Dedicado aos que são referidos como “os oprimidos” e baseado em sua própria experiência ajudando adultos a aprender a ler e escrever, Freire inclui uma detalhada análise de classes marxista em sua exploração da relação entre os que ele chama de “colonizador” e “colonizado”. Escrito em 1968 durante exílio no Chile e publicado no Brasil em 1974, o livro continua popular entre educadores no mundo inteiro e é um dos fundamentos da pedagogia crítica.

Filmes:

A onda
Dirigido por Dennis Gansel
Com Jürgen Vogel, Frederick Lau e Max Riemelt
Gênero: Drama
Nacionalidade: Alemanha

Em uma escola da Alemanha, alunos têm de escolher entre duas disciplinas eletivas, uma sobre anarquia e a outra sobre autocracia. O professor Rainer Wenger é colocado para dar aulas sobre autocracia, mesmo sendo contra sua vontade. Após alguns minutos da primeira aula, ele decide, para exemplificar melhor aos alunos, formar um governo fascista dentro da sala de aula. Eles dão o nome de “A Onda” ao movimento, e escolhem um uniforme e até mesmo uma saudação. Só que o professor acaba perdendo o controle da situação, e os alunos começam a propagar “A Onda” pela cidade, tornando o projeto da escola um movimento real. Quando as coisas começam a ficar sérias e fanáticas demais, Wenger tenta acabar com “A Onda”, mas aí já é tarde demais.

Sociedade dos poetas mortos
Dirigido por Peter Weir
Com Robin Williams, Ethan Hawke e Robert Sean Leonard
Gênero: Comédia dramática
Nacionalidade: EUA

Em 1959 na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, um ex-aluno (Robin Williams) se torna o novo professor de literatura, mas logo seus métodos de incentivar os alunos a pensarem por si mesmos cria um choque com a ortodoxa direção do colégio, principalmente quando ele fala aos seus alunos sobre a “Sociedade dos Poetas Mortos”.

Entre os muros da escola
Dirigido por Laurent Cantet
Com François Bégaudeau
Gênero: Drama
Nacionalidade: França

François Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor de língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o descaso e a falta de educação são grandes complicadores.

A educação proibida

Dirigido por German Doin
Gênero: Documentário
Nacionalidade: Argentina

O longa-metragem argentino, produzido de forma independente e disponível gratuitamente na internet, mostra 45 experiências de ensino não convencionais. A ideia é incentivar que se repense as metodologias, valorize a diversidade educativa, a liberdade pedagógica e curricular.

Assista na íntegra: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=-1Y9OqSJKCc#at=8371

Escritores da liberdade

Dirigido por Richard La Gravenese
Com Hilary Swank, Patrick Dempsey e Ricardo Molina

Gênero: Comédia dramática
Nacionalidade: EUA

Em um contexto social problemático e violento, uma jovem professora que trabalha em um bairro periférico nos Estados Unidos ensina seus alunos valores de tolerância e disciplina, promovendo uma reforma educacional na comunidade.

Pro dia nascer feliz

Dirigido por João Jardim
Gênero: Documentário
Nacionalidade: Brasil

Trata-se de um diário de observação da vida de adolescentes no Brasil em escolas públicas e particulares de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O documentário flagra as angústias e inquietações dos alunos e como eles se relacionam no ambiente fundamental para sua formação.

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