Pesquisa aponta problemas de saúde dos professores em Londrina
Um projeto desenvolvido pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná, pesquisou a qualidade de vida dos professores que atuam na cidade. O levantamento, chamado “Pró-Mestre – Saúde, Estilo de Vida e Trabalho de Professores da Rede Estadual deLondrina”, apontou problemas de saúde e também casos de violência escolar relatados pelos docentes. Os dados foram divulgados na segunda-feira (30), pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da universidade.
De acordo com a pesquisa, mais da metade dos entrevistados informaram que se ausentaram do trabalho por problemas de saúde pelo menos um dia nos 12 meses anteriores a pesquisa. Os principais motivos para os afastamentos foram: problemas respiratórios (alergias, resfriados e gripes) e problemas osteomusculares (dores, fraturas e lesões em músculos, articulações e tendões).
Entre os que faltaram mais de 16 dias consecutivos, os motivos citados para os afastamentos de longa duração foram cirurgias de diversos tipos, e problemas psicológicos, como crises de ansiedade e crises de depressão.
Sobre o quadro de saúde atual, cerca de 40% dos professores relataram que sofrem ou sofreram de dores crônicas, enquanto outros 25% disseram que tiveram algum problema com a voz.
Violência
Sobre as questões relacionadas à violência, 54% dos professores relataram insultos e gozações por parte dos alunos. Já aproximadamente 20% disseram que sofreram ameaças. Além disso, 17% informaram que sofreram insultos ou gozações de outros professores, funcionários ou superiores. Por volta de 13% dos professores responderam que sofreram algum tipo de assédio sexual nos últimos 12 meses anteriores à entrevista.
Profissão
Ao serem questionados se estão realizados com o trabalho, 44% dos professores disseram estar satisfeitos. Entre os motivos alegados estão que gostam do trabalho e que acreditam no poder da educação. Outros 22% manifestaram insatisfação com a profissão, causado principalmente pela dificuldade nas relações com os alunos, os baixos salários, e a falta de reconhecimento social.
A pesquisa foi entregue ao Núcleo Regional de Educação. Segundo um dos professores que fizeram parte do projeto, o objetivo é ajudar na elaboração de políticas públicas aos profissionais. “É um compromisso de toda a sociedade, porque ela mesmo acaba sendo recompensada se o professor tem uma boa qualidade de vida e um bom estado de saúde”, disse Arthur Eumann, coordenador da pesquisa.
Do G1