Presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha é recebido com protesto em Mato Grosso do Sul
Nesta manhã (24), representantes de centrais sindicais e do movimento sindical de Mato Grosso do Sul receberam o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, com vaias e protestos. O ato de repúdio ocorreu em Campo Grande, em frente à Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), onde aconteceu audiência itinerante sobre a reforma política e o pacto federativo. Os sindicalistas levaram faixas contra a terceirização e banners com as fotos dos deputados federais do Estado que votaram a favor do Projeto de Lei (PL) 4330/04, destacando-os como traidores da classe trabalhadora.
O presidente da Fitrae MTMS (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Ricardo Martinez Fróes, que também preside a CTB -MS (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – regional de Mato Grosso do Sul) participou de manifestação e enfatizou que é imprescindível que toda a sociedade se manifeste contra o PL e chamem a atenção dos senadores que avaliarão o projeto.
Sobre a terceirização Fróes destaca que uma das principais preocupações está voltada às relações de trabalho. “Este ato marca a posição do movimento sindical e do movimento social de Mato Grosso do Sul em relação a pessoa desse traidor chamado Eduardo Cunha, que hoje preside a Câmara Federal. Nós não aceitamos a imposição do PL 4330 da forma como ela foi executada, que autoriza a terceirização da atividade-fim, que precariza as relações de trabalho do emprego formal, não devemos aceitar passivamente o projeto que vai simplesmente ocasionar maior exploração, sem nenhuma defesa por parte dos profissionais. Se aprovado, vai levar uma discussão no âmbito da questão trabalhista que não vai ter fim e se um dia tiver fim, os direitos dos trabalhadores já estarão prescritos”, analisa.
O presidente do Sintrae-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no Estado de Mato Grosso do Sul), Eduardo Botelho, explica que a categoria é contrária a aprovação do PL porque possibilita até mesmo a terceirização dos profissionais da educação. “ Se aprovado pelo senado e sancionado pela presidente, será uma situação de calamidade para os trabalhadores brasileiros. Os empresários estão presentes hoje, nesta audiência que acontece na Fiems, porque sabem que a regularização da terceirização, da maneira como está apresentada, irá reduzir o salário dos profissionais e elevar os lucros empresariais. Dizem que irão aumentar a oferta de emprego quando na realidade irão precarizar toda a situação trabalhista”.
Por Adriana Souza Miceli – Ascom Fitrae MTMS