Privatização de aeroportos é retrocesso para o país, dizem centrais

O movimento sindical se posicionou de forma contrária em relação ao processo de privatização dos aeroportos de Aeroporto Internacional de Guarulhos/Cumbica em São Paulo, Aeroporto de Viracopos em Campinas e do Aeroporto Internacional de Brasília. Para o vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, a transferência desses bens públicos [aeroportos] para grupos privados significa uma verdadeira mina de ouro para os empresários. “Nós temos convicção de que a Infraero tem todas as condições e qualificações técnicas para administrar os aeroportos. Somos contra a privatização”, afirmou o dirigente. 

O governo arrecadou R$ 24,5 bilhões com o leilão dos três aeroportos. O valor, a ser desembolsado por grupos nacionais e estrangeiros para o comando dos três dos maiores aeroportos do Brasil, é quase cinco vezes o valor mínimo de R$ 5,5 bilhões que o governo pedia pelo controle dos terminais.

Em nota publicada nesta segunda-feira (6), Paulo Pereira da Silva (Paulinho), presidente da Força Sindical, reconheceu que o sistema aeroviário necessita passar por modernização, já que este setor se configura como ponto estratégico pára o desenvolvimento e evolução de nossa economia. Porém, frisou que essa modernização não deve estar atrelada a nenhum tipo de demissão.

“Não aceitaremos demissões em hipótese alguma. Exigimos respeito com os direitos adquiridos dos trabalhadores, que estarão sob nova direção após as concessões”, afirmou.

Em declaração à imprensa, o secretário geral da Central única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, explica que o atual processo estimula a participação estrangeira nos consórcios que disputarão os aeroportos mais rentáveis do país. Segundo o dirigente, é preciso reagir a um ataque inaceitável ao patrimônio público. “Vivemos um momento de crise nos países capitalistas centrais, o que torna necessária uma ação mais ativa do Estado no fortalecimento do mercado interno. Privatização e desnacionalização não contribuem em nada para o desenvolvimento nacional soberano, pelo contrário”, reagiu Quintino.

Ubiraci Dantas, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), disse que o atual cenário remete a um capítulo triste da história brasileira, vivida durante o governo FHC. “A mobilização retrata nossa indignação com essa política de privatização do patrimônio público brasileiro. Esse leilão se configurou como um retrocesso e se essa moda pega o patrimônio público logo irá inexistir”, denuncia.

Fonte: CTB

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