Professor demitido se recusa a voltar para a Cásper Líbero

‘Se eles não têm dignidade, eu tenho’, diz Edson Flosi, dispensado semana passada

O professor e jornalista Edson Flosi se recusou a voltar para a Faculdade Cásper Líbero – de onde fora demitido, mesmo doente, na semana passada. Após a repercussão do caso, a faculdade divulgou nota na tarde desta segunda-feira em que convidava Flosi a reassumir suas funções. “Se eles não têm dignidade, eu tenho”, disse Flosi ao Estadão.edu.

O professor também divulgou nota em que repudia “qualquer manobra para esvaziar o movimento dos estudantes”. Diz a nota: “Minha resposta: não volto, não posso e não devo voltar.” Após a decisão da Cásper, o professor Caio Túlio Costa pediu demissão e os alunos fizeram manifestações. Os estudantes se colocaram contra a direção e pedem melhorias na estrutura da faculdade e no curso. Hoje, houve assembleia pela manhã e uma outra estava marcada para a noite.

Na nota da Cásper, Caio Túlio não foi convidado a voltar. Procurado, disse que seu pedido de demissão é irrevogável.

Leia a íntegra da nota do professor Edson Flosi:

“Tomei conhecimento pela Imprensa do convite da Fundação Cásper Líbero e da Faculdade Cásper Líbero para reeassumir minhas funções naquela instituição de ensino, onde lecionei por 16 anos, até ser demitido em meio a grave doença que me acometeu. Minha resposta: não volto, não posso e não devo voltar.

Não volto porque a manifestação estudantil não acontece apenas pela minha volta ou pela volta do Prof. Caio Túlio Costa, que se demitiu solidário à injustiça que sofri. Não volto porque a manifestação estudantil, conduzida pelo Centro Acadêmico Vladimir Herzog, tem o objetivo maior de lutar por melhores condições de ensino na Faculdade Cásper Líbero.

Comigo e o Prof. Caio Túlio dentro ou fora da Faculdade, a luta dos estudantes deve continuar até que a Mantenedora e a Faculdade se dignem a atender suas reivindicações, principalmente a transparência entre a receita das mensalidades pagas pelos alunos e outras taxas, e o valor investido no ensino. Além da solidariedade que me emprestou, a falta de estrutura na Faculdade, que reflete no ensino deficiente, foi a bandeira levantada pelo Prof. Caio Túlio na sua carta de demissão.

Os estudantes devem continuar lutando até conquistarem o que lhes é de direito. Agradeço comovido a manifestação estudantil que também acontece a meu favor e a favor do Prof. Caio Túlio. Mas o objetivo maior dessa juventude que paga mais de mil reais por mês para estudar deve ser perseguido até o fim. Qualquer manobra para esvaziar o movimento dos estudantes deve ser repudiada energicamente. A luta continua. Todo poder aos estudantes.”

Fonte: Estadão

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