Professores da rede particular aprovam proposta e agradecem apoio da comunidade
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Em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (29), a ampla maioria das professoras e professores da rede particular de ensino de São Paulo, aprovou a proposta do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieesp) – entidade que representa as escolas particulares – de manter as cláusulas sociais do Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) por um ano, mas mantém estado de greve. Depois da assembleia, a categoria fez uma passeata da sede da entidade, na vila Clementino, até a Av. Paulista.
“Foi uma luta histórica, mas ainda não acabou. Também foi aprovada em assembleia, por mais de três mil professores, que se os patrões não assinarem o acordo na próxima semana nós iremos parar outra vez na próxima quarta-feira (6)”, afirma Silvia Barbara, diretora do pelo Sindicato dos Professores (Sinpro-SP).
A principal pauta da categoria na campanha salarial em andamento é manter as cláusulas sociais, como férias de 30 dias remuneradas e bolsa de estudo para os filhos dos professores, entre outros.
![CUT](https://ci4.googleusercontent.com/proxy/hKYB_M2GBopusZA9xVqn-j5647_uql8nedE5gpcFThrt9tqrofaWRY5PA0jKN-bkOr1zNUlRYUIIRDOrp6oeLipITUkKokvbyF-jdZUKz-NDU-dsajYU3Gs8MtrUQNXekMGupEKGYK3vAgT4FBfXToPAqQ=s0-d-e1-ft#https://www.cut.org.br/images/cache/systemuploadsckprofessores20chegand-616x372xfit-68f8d.jpg)
“A Convenção, construída por mais de 20 anos, é muito importante porque regulamenta desde a admissão até o processo de demissão do professor. Depois da aprovação da reforma trabalhista, os patrões decidiram modificar ou acabar com 40% dos direitos adquiridos”, disse Silvia, que completou: “os professores saíram daqui bastante felizes”.
O movimento também agradeceu o apoio de pais, mães, alunos e entidades sindicais, como a CUT, que apoiaram a mobilização dos professores e professoras pela manutenção dos direitos e reajuste de salário.
Pais e alunos das escolas onde as aulas foram paralisadas se expressaram nas redes sociais a favor do movimento grevista, que triplicou em menos de uma semana. No dia 23 de maio, quando aconteceu a primeira paralisação da categoria, 33 escolas pararam suas atividades. Nesta terça-feira, mais de 100 escolas não abriram.
REPRODUÇÃO FACEBOOK DA JORNALISTA RITA LISAUSKAS
Em seu perfil no Facebook, a jornalista Rita Lisauskas, por exemplo, postou um texto indignado com a postura da escola de seu filho que não queria paralisar as aulas nesta terça. Em protesto, afirmou que não mandaria o filho para a escola. Dezenas de mães apoiaram a decisão da jornalista e falaram que fariam o mesmo.
![SimproSP](https://ci4.googleusercontent.com/proxy/Z75PBwW5arMpcwTEJR4xiK8NPiAgL9tRgNZRe0NOTC9H7xeQanZtF3f-JDhiLou3SO7Zjc-LuBsxG8bQ2W_EqCj66qrWG6tAxDNbk7rPppI4_5EVNS68bvSvqnaD7KLRajic7U3g6mgZ9r1s3NB7=s0-d-e1-ft#https://www.cut.org.br/images/cache/systemuploadsckinserc3a7c3a3o20-276x435xfit-a2157.png)
Para o diretor executivo da CUT, Júlio Turra, “só a luta dos professores da rede particular – paralisando mais de 100 escolas na capital neste 29 de maio –foi capaz de dobrar a intransigência dos tubarões do Ensino e prolongar por mais um ano a atual convenção coletiva, assegurando os direitos nela contidos”.
Ele, que também é professor, informou que nesta quarta-feira (30), outros sindicatos da base da FEPESP (federação estadual da categoria), como o Sinpro-ABC, também em estado de greve, farão assembleias para colocar a proposta patronal em votação.
“É uma vitória também contra a malfadada “reforma trabalhista” do golpista Temer, que pretendia ter acabado com a ultratividade dos acordos e convenções coletivas – mecanismo que antes garantia a manutenção do CCT por tempo indeterminado se houvesse recusa na negociação por parte do empregador”, finalizou Julio.