PT combaterá mentiras da ultradireita na CPMI do Golpe e na CPI do MST
Os deputados Nilto Tatto e Rubens Pereira Júnior falam sobre como o Partido dos Trabalhadores deve atuar nas duas comissões de inquérito
Os deputados federais Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e Nilto Tatto (PT-SP), respectivamente membros titulares da CPMI do Golpe e da CPI do MST, falaram sobre como deve ser a atuação do partido nas duas comissões de inquérito.
Em entrevista ao Jornal PT Brasil, nesta segunda-feira (22), Pereira Júnior afirmou que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que vai investigar os atos de 8 de janeiro ajudará a identificar e punir não só quem atacou as sedes dos Três Poderes, mas também aqueles que planejaram e financiaram essa tentativa de golpe.
“Não podemos esquecer que somos uma das vítimas desse processo. O que houve foi uma tentativa de golpe de Estado. (…) A tese da oposição é a de que foi uma coisa ao acaso. Não foi. Foi um ato planejado, orquestrado, financiado, e nós queremos investigar todas essas etapas”, afirmou o deputado (assista abaixo).
Para ele, a punição deve ser para todos. “Não apenas o vândalo, que depredou e causou prejuízo imenso ao país, prejuízo material, arquitetônico, cultural, internacional, mas também quem arquitetou e quem financiou toda essa tentativa de golpe.”
Segundo o deputado, Bolsonaro, assim que perdeu a eleição, passou a planejar uma forma de não entregar o poder, até mesmo para encobrir todos os crimes que estão vindo à tona com as quebras de sigilo e outras formas de investigação, como as fraudes em cartões de vacinação e o escândalo das joias.
“Eles tentaram, a partir da segunda-feira depois da eleição, de todas as formas, dar um golpe de Estado. Por sorte, eles foram incompetentes. Cabe a gente, agora, fazer essa apuração, com muita intensidade, para punir todo mundo, sem anistia. E também, principalmente, garantir que atos como esse não se repitam na história brasileira”, disse.
Pereira Júnior acrescentou que o governo não tem nada a temer na CPMI, que deve ser instalada nesta quinta-feira (25) contando com 32 deputados e 32 senadores, sendo a metade deles suplentes.
“Até as pedras sabem que o bolsonarismo armou essa tentativa de golpe de Estado. Começou na segunda-feira após a eleição, tiveram os atos no dia da diplomação, tentativa até de colocar bomba próximo ao aeroporto de Brasília. Não é cidadão de bem que faz um negócio desse”, ressaltou.
Produção de alimentos
Já Nilto Tatto, um dos oito deputados do PT que integram a CPI do MST, instalada na quarta-feira (17), afirmou à GloboNews, na noite de domingo (21), que o Partido dos Trabalhadores atuará para mostrar a importante função cumprida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e pela agricultura familiar no Brasil.
“Quando você analisa quem é que produz arroz, feijão, mandioca, quem produz? Não é a grande propriedade, de exportação — que é importante do ponto de vista das divisas. Mas quem produz alimento para poder enfrentar a fome, a carestia (é a pequena propriedade). Esse debate é importante fazer na CPI”, observou Tatto.
O deputado acrescentou que o Brasil precisa continuar seu processo de reforma agrária. “É necessário fazer uma reforma agrária neste país. Nós temos 1,5 milhão de propriedades pequenas, que somam 107 milhões de hectares. Grandes propriedades são 152 mil, que ocupam 481 milhões de hectares. Qual país tem uma realidade como essa?”, indagou.
Por fim, Tatto denunciou o objetivo político da CPI, que já nasceu desmoralizada por ter como relator o ex-ministro bolsonarista Ricardo Salles, investigado por contrabando de madeira, e como presidente o deputadoTenente-coronel Zucco, investigado na tentativa de golpe de 8 de janeiro. “A intenção da maioria que compõe a CPI é criminalizar os movimentos sociais, que são legítimos; criminalizar o MST; e atacar o governo”, denunciou.
A fala de Tatto se assemelha ao que a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e o líder do partido na Câmara, Zeca Dirceu (PT-PR), vem manifestando sobre o tema. Dirceu tem ressaltado que a comissão não pode ser movida pelo ódio e pela perseguição e criminalização dos movimentos sociais, e Gleisi tem denunciado o perfil dos integrantes da comissão (veja tuítes abaixo).
Da Redação