Quem é Rayssa Leal, sucesso brasileiro no skate nas Olimpíadas de 2021

Fenômeno no skate, a maranhense se tornou a segunda medalhista de prata mais jovem da história e a primeira do Brasil. Ela tem apenas 13 anos

A mais jovem medalhista olímpica do Brasil, a skatista Rayssa Leal, maranhense de 13 anos, completados em 4 de janeiro, se tornou um dos assuntos mais falados nas redes sociais, desde a madrugada desta segunda-feira (26), ao ganhar medalha de prata na categoria skate street feminino. A “fadinha” viralizou com suas manobras nas Olimpíadas de Tóquio, mas sua trajetória começou muito antes da competição.

Natural de Imperatriz, sul do Maranhão, tímida desde criança, a menina que disse estar “vivendo um sonho”,  sempre chamou a atenção com a prática de skate em sua cidade natal. Ela ganhou um skate de um amigo do pai, aos seis anos, e começou a andar numa pista que homenageia um jogador de futebol: a Mané Garrincha. Mas seu dom para o esporte apareceu para o mundo um ano depois, em 2015.

No 7 de setembro, aos sete anos de idade, em meio aos colegas, ela insistia em acertar uma manobra conhecida como “heelflip”, considerada bem difícil. Após diversas quedas e tentativas, ela enfim teve sucesso. Na época, o vídeo em que ela aparece fantasiada de fada azul e praticando essa manobra “viralizou” na internet.

O vídeo chegou a ser visto mais de 4,8 milhões de vezes e compartilhado por mais de 60,6 mil usuários. O sucesso da manobra chegou até Tony Hawk, considerado uma lenda do skate, que republicou o vídeo de Rayssa.

A vida da atleta mudou desde então e, aos 10 anos, ela já tinha patrocinadores e sustentava a família com suas manobras. Hoje, o trabalho dos pais – Haroldo e Lilian – é ciudar da carreira da menina.

A primeira competição profissional de Rayssa foi em 2018. A ideia, segundo os pais, era apenas mostrar para ela as possibilidades que o skate poderia lhe proporcionar. Ela não parou mais.

Aos 11 anos, conquistou sua primeira medalha em um torneio internacional – a etapa da Mundial de Skate Street, em Los Angeles. Com o título, Rayssa se tornou a mais jovem atleta a conseguir a façanha.

A partir daí, se fincou entre os melhores do mundo. Em 2019, foi vice-campeã mundial – atrás da também brasileira Pâmela Rosa. No ano passado, terminou o torneio em terceiro lugar.

Um ano depois, ela também foi indicada ao Prêmio Laureus, considerado o Oscar do Esporte. Ela conseguiu a classificação para as Olimpíadas e se tornou a skatista mais jovem atleta da delegação brasileira. Em Tóquio, Rayssa competiu na categoria skate street, que foca em transições em lugares públicos e manobras em mesas, escadas, corrimões de ferro, trilhos e outros objetos urbanos.

Medalha em SP onde Erundina liberou skate

Rayssa também uma prata ganha no mundial de São Paulo, cidade onde durante muitos anos o skate, esporte praticado, predominantemente por jovens de periferia, foi marginalizado.

Janio Quadros, quanto prefeito da capital paulista, em 1988 proibiu a circulação de skatistas na cidade, afirmando que se tratava de ‘coisa de vagabundo’.

Foi a prefeita Luiza Erundia, então do PT, que anos mais tarde não só revogou o decreto de Jânio como incentivou a prática do esporte. Tanto que recebeu, direto de Toquio, um agradecimento de outro skatista brasileiro – Kelvin Hoefler – um agradecimento especial.

“Obrigado por acreditar no skate”, disse Kelvin, que também ganhou prata no street skate no Japão.

CUT

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