Saber enfrentar a reforma
A nova legislação trabalhista – que entra em vigor neste sábado (11) – é um potente ataque do governo Temer contra o sindicalismo. Seus objetivos são três: limitar as atribuições das entidades, inviabilizar sua sustentação administrativo-financeira e enfraquecer sua representação formal. Ao movimento sindical, já não basta ser “apenas” combativo e respeitado. É preciso qualificar a comunicação, prestar contas às bases e atingir um número cada vez maior de trabalhadores.
Com o fim do imposto sindical, haverá uma fase de transição. Sindicatos menos organizados podem sucumbir. As entidades tradicionais, respaldadas por suas bases, terão força e legitimidade para se adaptar em curto ou médio prazo. As contribuições assistencial e negocial terão peso maior, assim como os convênios e as parcerias. Deverá haver mais profissionalismo na gestão administrativa e financeira. Para elevar as taxas de associação e incrementar a receita mensal das entidades, a organização no local de trabalho será fundamental.
Como em outras crises, o movimento sindical saberá ir em frente. Só não pode subestimar este desafio atual.
Marcelino da Rocha é presidente da FITMETAL (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil)