Secretaria de Finanças da Contee promove encontro para aprimorar arrecadação de entidades filiadas

Conhecer e melhorar a base de arrecadação dos sindicatos. Foi com esse objetivo – aliado à compreensão de que a saúde financeira das entidades sindicais é peça fundamental para o fortalecimento da luta política – que a Secretaria de Finanças da Contee realizou nesta terça-feira (4) uma reunião com tesoureiros de suas entidades filiadas para orientá-los no sentido de garantir recursos para as ações em defesa da categoria.

De acordo com o coordenador da Secretaria de Finanças da Contee, Fábio Eduardo Zambon, o encontro para discutir o “Planejamento estratégico financeiro das entidades sindicais” teve duas finalidades: aproximar a Confederação dos sindicatos e federações e auxiliá-los a ampliar sua arrecadação. “A meta é de na próxima contribuição sindical ampliar a arrecadação em 20%”, estabeleceu Zambon. Mesmo assim, ele reforçou que, após a primeira alta na arrecadação, os dirigentes não devem ficar ansiosos quando as seguintes forem menores, uma vez que se trata de um trabalho de longo prazo.

“Os sindicatos têm uma preocupação muito maior com as despesas do que com as receitas. E alguns podem sequer conhecer o nome e o CNPJ das escolas de sua base”, alertou o coordenador. Segundo ele, para contornar essa situação, três passos básicos são fundamentais: identificar a base de arrecadação (incluindo nome, CNPJ e endereço das escolas e os professores e técnico-administrativos que nelas trabalham); manter o cadastro atualizado; e comparar o cadastro fornecido pelas escolas com o cadastro de contribuintes da Contribuição Sindical Urbana da Caixa.

“De 2008 [ano a partir do qual as informações estão disponíveis na instituição financeira] para cá posso melhorar meu cadastro identificando as escolas que não conheço, saber quanto me pagam e cobrar de quem está devendo”, frisou Zambon.

A reunião contou com a participação do administrador do Sinpro SP, Antônio Carlos Barbosa, que esclareceu dúvidas sobre como destrinchar e utilizar os dados disponíveis na Caixa – desde CNPJ, razão social e endereço até valor da guia, valor pago, data do pagamento e número de contribuinte – e confrontá-los com as informações fornecidas pelos estabelecimentos de ensino. Ele também explicou aos tesoureiros como utilizar o banco de dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), pedida ao Ministério do Trabalho, para apuração de postos e salários base.

Além disso, a entidade sindical deve manter um levantamento sobre cada escola, com número de professores (sindicalizados e não sindicalizados) e o contato da tesouraria ou do RH da instituição. “Muitas escolas não pagam porque pensam que o sindicato não tem organização nenhuma”, ponderou Antônio Carlos.

Por isso, segundo Zambon, é essencial estabelecer uma parceria com os setores de recursos humanos e os escritórios de contabilidade, numa contribuição mútua: enquanto os RHs e os escritórios contábeis auxiliam as entidades sindicais a manter as informações atualizadas, as entidades também ajudam a identificar as necessidades dos RHs e facilitam o trabalho, agilizando as informações e guias de pagamento.

“Esse contato tem que ser separado do nível político. É um contato de nível operacional. Os sindicatos, os RHs e os escritórios de contabilidade têm que ser parceiros”, enfatizou Antônio Carlos.

Como destacou Zambon, o fortalecimento econômico visa, sim, subsidiar a luta política, mas da categoria como um todo. Justamente com essa intenção, será encaminhado pela coordenação da secretaria jurídica da Contee orientações sobre o procedimento para o recolhimento da contribuição sindical e será enviada à base de todas os sindicatos e federações. “É uma forma de mostrar que a organização é nacional”, destacou o coordenador do jurídico, João Batista da Silveira.

Em busca de auxílio

A ideia foi aplaudida pelo representante da Fitrae-BC, Alberto de Oliveira Ribeiro. “O mais importante deste evento é ser promovido pela Confederação. Há muitas instituições de ensino que atuam em nível nacional e é importante os trabalhadores também terem uma linguagem única, nacional.”

O tesoureiro do Sinpro Petrópolis, Leonardo da Silva dos Santos Bastos, também elogiou a iniciativa da Contee. “Venho acompanhando nos últimos anos a atuação da Contee no sentido de nos auxiliar na luta. Os sindicatos precisam arrecadar mais para ter maiores condições de lutar e defender os interesses da classe trabalhadora.” Ele reivindicou, contudo, que a Confederação possa também, numa segunda etapa, disponibilizar auxílio na implementação, nas bases, dos métodos discutidos.

Resultados

Na visão de Zambon, a reunião despertou nos presentes a vontade política. “O encontro teve como objetivo padronizar e aprimorar a sustentação financeira dos sindicatos, mas também de fazer com que as entidades passem a priorizar a sindicalização, para depender menos das contribuições compulsórias.”

Para Márcia Cristina Mendonça, do Sinpror Anápolis, e Omar Fim, do Sintep Serra, o intento foi alcançado. “Com essa discussão, a gente consegue fazer uma análise da nossa própria entidade”, avaliou Omar. Márcia seguiu na mesma linha: “Essas discussões são essenciais. Mesmo que já estejamos implementando as ações, é bom poder rever até mesmo as nossas falhas. Outros encontros são necessários.” Alberto Matias, do Sinaes-BA, concordou. “Esse encontro ofereceu uma ajuda substancial. Parabenizo à Contee pela iniciativa de tentar profissionalizar os sindicatos.”

Roberto Kalan, do Sinpro JF, também destacou o “intercâmbio com outras realidades”. “Alguns dados a gente já implementa, outros são novos.” Já Manoel da Silva Álvares, do Sinpro Goiás, ressaltou que “toda contribuição é válida”. “Nosso maior desafio é equilibrar receita e despesa. Esse controle de dados apresentado dá um horizonte de onde temos que atacar.”

Acesse aqui a apresentação do encontro “Planejamento estratégico financeiro das entidades sindicais”
Conheça as deliberações do encontro “Planejamento estratégico financeiro das entidades sindicais”

Da redação

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