Sindicatos perderam contato com trabalhadores, afirma italiano
Coordenador de Políticas Internacionais da Confederazione Generale Italiana del Lavoro (CGIL), Salvatore Marra esteve na capital gaúcha para um encontro com a direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) local. Em entrevista ao site de notícias Brasil de Fato RS, Marra acentua que os trabalhadores do mundo perderam a esperança nas suas associações da categoria e nos partidos progressistas.
Na visão do sindicalista italiano, a esquerda tem usado políticas neoliberais na economia, impondo a chamada austeridade e reformas trabalhistas com retirada de direitos, o que leva à abstenção ou ao voto na ultradireita, que se vende com discurso social e antissistema.
Marra aponta que figuras extremistas como a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro “apoiam as multinacionais, apoiam os grandes grupos multimilionários e não a classe trabalhadora”.
Reformas
Para enfrentar essa conjuntura, Marra prega uma aliança global de centrais sindicais para impulsionar uma agenda nova e progressista. No caso de seu país, no entanto, a eleição da neofascista Giorgia Meloni, o desânimo tomou conta das centrais sindicais.
— Simplesmente os italianos estão desiludidos com a política. Infelizmente, na Itália e também na Europa, o Partido Socialista e a esquerda têm feito uso de políticas neoliberais na economia: austeridade e reformas laborais regressivas. Então, as pessoas dizem ‘a esquerda não me representa mais. Vou votar por esses movimentos de direita’. Que se apresentam com um discurso social. — concluiu.