Sinpro Macaé e Região: EaD e formação de professores
Uma matéria recente do Jornal O Globo causou preocupação do Sindicato dos Professores da Rede Particular de Ensino Macaé e Região (Sinpro Macaé e Região). Segundo a publicação, a maior parte da formação de professores já acontece na modalidade de Educação à Distância (EaD). Para o Sindicato, isso não só não só fragiliza as relações de trabalho, mas coloca no mercado pessoas sem a prática que a profissão exige, o que reflete na educação dos brasileiros.
Conforme a matéria, de cada três estudantes de pedagogia no Brasil, dois (65%) fazem o curso à distância. Não fosse o bastante, todas as licenciaturas da rede privada têm mais alunos estudando pelos computadores e apostilas do que nas salas de aulas. Mas a formação não é o único problema. De acordo com as informações e constatações do Sinpro, na área de atuação do Sindicato o crescimento desordenado; as parcerias que alguns colégios fazem com estes cursos de EaD, sem qualquer tipo de controle e a falta de respeito com o professor, que às vezes chegam R$ 20 para formar um aluno de Ensino Superior são os principais problemas encontrados pela região.
Além de serem mal remunerados, os professores que são contratados por estes cursos, em sua maioria, não tem carteira assinado, ou seja, não possuem direitos trabalhistas. Não há Acordo Coletivo de Trabalho que os contemplem e falta um acompanhamento mais severo do Ministério da Educação sobre eles.
O Sinpro reconhece que a Educação a Distância é uma realidade sem volta, mas lembra que ela ainda não está devidamente regulamentada. “A explosão de cursos, nem todos bem fundamentados, fragiliza as relações de trabalho. Nesse contexto, as conquistas históricas dos professores do ensino privado estão ameaçadas. O que vemos em alguns casos é o EaD se aproximando da educação com o interesse apenas mercadológico. Não existe a preocupação única que deveria ser a formação com qualidade”, disse a presidente do Sinpro, Guilhermina Rocha.
Ao mesmo tempo, Guilhermina lembra que um dos problemas mais comuns relacionado a reclamações no Sindicato vem da figura do tutor destes cursos de EaD. Nas universidades públicas, este papel é desempenhado pelos alunos de mestrado ou doutorado. “Nas faculdades privadas, o que vemos é normalizar a contratação de um professor já formado só que com salários baixos para exercer a função docente”.
A matéria do Jornal o Globo traz ainda que no setor privado, alunos de educação à distância (EaD) já são maioria em metade das formações universitárias. Segundo os dados a modalidade, que tinha apenas 60 mil graduandos em 2004 e passou a quase dois milhões de matrículas no ano passado — 24% dos alunos no país. A modalidade segue sem regulamentação no país e passa por resistência. Uma sugestão do Todos Pela Educação é uma prova de certificação de professores no fim da universidade.