Sinpro Minas: Professores de BH e região marcam nova assembleia para 14 de maio
Donos de escolas querem acabar com as bolsas de estudos e a isonomia salarial, direitos históricos da categoria; reajuste proposto não recompõe nem a inflação
Em assembleia no sábado (30/4), professores de escolas particulares de Belo Horizonte e cidades de abrangência da CCT MG voltaram a rejeitar, por unanimidade, a contraproposta feita pelos donos de escolas nas negociações da campanha reivindicatória deste ano.
A categoria decidiu ampliar a mobilização e marcou, para o dia 14 de maio (sábado), às 14 horas, uma nova assembleia presencial, para discutir o rumo do movimento. Desta vez, a assembleia será realizada no Dayrell Hotel e Centro de Convenções (Rua Espírito Santo, 901 – Centro – Belo Horizonte).
Os docentes avaliaram que, caso o quadro não se altere, será necessário paralisar as atividades por tempo indeterminado.
Os professores também agendaram para 12 de maio (quinta-feira) um ato de protesto. Nesse dia, eles darão aulas vestidos de preto, para manifestar o repúdio à tentativa do patronal de retirar direitos históricos.
Os donos de escolas querem, por exemplo, acabar com a cláusula da isonomia salarial, reduzir o valor do adicional por tempo de serviço, alterar férias e recessos e acabar com as bolsas de estudos para parcela expressiva da categoria (confira abaixo).
Em relação ao reajuste, eles ofereceram apenas 5% para a educação básica e 4% para o ensino superior – percentuais bem abaixo da inflação oficial.
Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação do país, registrou em abril a maior variação em 27 anos. O custo de vida subiu bastante, principalmente dos itens considerados básicos, como transporte, combustível e alimentação. De acordo com o Dieese, a cesta básica sofreu um aumento de 20,48% nos últimos 12 meses na capital. Enquanto isso, o valor das mensalidades escolares em Belo Horizonte, de acordo com levantamento do site de pesquisa de preços Mercado Mineiro, subiu em média acima de 10%.
Na assembleia de sábado, os professores reafirmaram a pauta de reivindicações da categoria, que prevê recomposição salarial de acordo com a inflação acumulada desde 2020 e um ganho real de 5% (total de 25,23%), manutenção dos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), regulamentação do trabalho virtual, proibição da dispensa coletiva e da contratação precária, entre outros pontos de valorização profissional.
Eles também voltaram a criticar a contraproposta dos donos de escolas e ressaltaram que ela representa um desrespeito e uma exploração do trabalho docente, diante da sobrecarga de atividades e da pressão no ambiente profissional.
“Os donos de escolas insistem em precarizar as condições de trabalho da categoria, retirar conquistas históricas e desvalorizar a profissão docente. Não aceitaremos retrocessos, e isso foi reiterado pelos professores nas assembleias. Agora vamos ampliar nossa mobilização e reafirmar nossa força. Exigimos valorização profissional, porque somos nós, professores e professoras, que mantemos a qualidade da educação ofertada no setor privado de ensino”, ressaltou Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas.
Ela destacou a importância da mobilização e da participação dos professores na próxima assembleia. “Mais uma vez, nossa união será fundamental para garantirmos nossos direitos e ampliarmos nossas conquistas. Tenho certeza de que os professores participarão ativamente, como sempre fizeram nos momentos decisivos, porque só assim os donos de escolas recuam e aceitam negociar melhores condições de vida e trabalho”, afirmou Valéria Morato.
Assembleia de professores de BH e cidades de abrangência da CCT MG
Data: 14 de maio (sábado)
Horário: 14 horas
Local: Dayrell Hotel e Centro de Convenções
Rua Espírito Santo, 901 – Centro – Belo Horizonte
Sala Alexandritre Room
Campanha reivindicatória 2022
Nossa união, nossos direitos!