Sinpro-Rio: Seminário “As Mobilizações de Rua e o Papel das Esquerdas” realiza sua primeira Mesa de Debates

No dia 28 de agosto, foi realizada a primeira das três Mesas de Debates do Seminário “As Mobilizações de Rua e o Papel das Esquerdas”. Participaram da mesa, como mediador, o 2º diretor de Comunicação do Sinpro-Rio, professor Hiran Roedel e, como debatedores, o representante do PCB, Ivan Pinheiro e o presidente do Sindicato, Wanderley Quêdo.

Na visão do Ivan Pinheiro, as manifestações são expressão da insatisfação popular. “Na crise, o capitalismo é obrigado a fazer guerra cada vez mais, porque a guerra é o ramo da economia americana que mais faz o capitalismo ser ativo. É para que o mundo fique com a sensação de que está no escuro. Mas isso não está funcionando mais, porque eles fizeram isso no Golfo, no Iraque, no Afeganistão, e agora a Síria está na fila, porque é um caminho para o Irã, é um caminho até pra Rússia, é a busca para a hegemonia no Oriente Médio”, comentou.

Ivan destacou a falta de representatividade dos movimentos de massa. “Houve uma disputa política forte durante as manifestações, que a direita tentou sequestrar a nossa luta, que estava bem articulada. Estávamos lá, nós e eles. A direita manipulou o sentimento popular contra os partidos. Foi organizado de tal maneira, que se a manifestação começava às 18h, às 19h o Brasil todo tinha o mesmo coro: ‘sem partido, sem partido’. (…) mas essas manifestações vão bifurcar, porque não havia mais a possibilidade da esquerda continuar indo para as manifestações com a burguesia, com a direita, que hostilizavam as bandeiras, e esses caras eram milicianos, torcidas de futebol, eram pagos, para desestabilizar a manifestação”, argumentou o político.

Já o professor Wanderley Quêdo salientou que, desde 1988, vivemos o mais longo período de estado de direito, mas que isto não significa democracia, que não significa inclusão. “O estado de direito nunca foi tão longo na história brasileira. Houve insurreições, que têm seus ônus, que muitas vezes as representações ficam quase que teatrais. Mas temos que considerar a instantaneidade que é a orientação ou uma organização da insatisfação geral de hoje, especialmente com as mídias sociais. Têm países que não abrem mão do controle da internet, porque a internet tem dono. Hoje temos uma situação em termos de mídia, em termos de comunicação instantânea e de controle de informações pelo mundo, que não é ingênua, não é livre e independente, não é de modo algum alguma coisa fora do sistema”, destacou o sindicalista.

Na concepção do presidente do Sinpro-Rio, as esquerdas têm papel fundamental para botar a pauta correta para a sociedade. “A questão dos 10% do PIB, dos royalties, a questão de que tem que acontecer uma reforma urbana, sobre moradia, sobre transporte”. Sobre os motivos que têm levado a população às ruas, Wanderley ponderou: “Lei é diferente de justiça. E o que acontece é que há um sentimento de não inclusão, um sentimento que leva a pessoa a pensar que, por mais que tente, não conseguirá acompanhar os caminhos da contemporaneidade, de não saber o que é política”.

Veja aqui as fotos da primeira Mesa de Debates

Do Sinpro-Rio

 

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