Sinpro SP: Assembleia dos professores do ensino superior rejeita proposta patronal e aprova estado de greve
Docentes seguem em luta com a pauta da categoria, com a coordenação do SinproSP e da Fepesp
Em 23 de maio, professoras e professores de Ensino Superior da rede particular de São Paulo decidiram aprovar o estado de greve e rejeitaram a proposta do sindicato patronal (Semesp). A categoria esteve reunida, em assembleia, promovida pelo SinproSP, para avaliar as negociações salariais.
No Ensino Superior, são cerca de 8 mil docentes que atuam neste segmento somente na capital paulista. Participam da Campanha também os demais sindicatos do Estado de São Paulo, reunidos pela Fepesp (Federação dos Professores de SP).
Rejeitada pela assembleia, a proposta do Semesp não se manifesta sobre itens essenciais da pauta, além de oferecer somente a reposição da inflação aos salários. As reivindicações de professores e professoras incluem aumento real de 2%, definição de um piso salarial e, também, o regramento da EaD (Educação a Distância), o que melhoraria as condições de trabalho.
“Esperamos avançar nas negociações, durante o mês de junho. Caso a representação patronal permaneça irredutível, convocaremos nova assembleia, para avaliar a possibilidade de greve”, explica Celso Napolitano, presidente do SinproSP e da Fepesp.
Junto com a Fepesp, os diretores do Sindicato estão na campanha salarial desde fevereiro. A data-base dos docentes é 1º de março. A rejeição à proposta patronal foi defendida pela Diretoria do SinproSP, que classifica de indecente o que foi apresentado pelos patrões.
“Trata-se de desdém, de uma postura de quem pretende continuar apostando na precarização do trabalho docente, notadamente assumida pelas grandes corporações mercantis, mais interessadas na redução de custos, preocupadas apenas com as altas e baixas das ações no mercado financeiro e os bônus e gratificações que podem alcançar”, avalia Celso.
Mobilização – A aprovação do estado de greve manda um recado ao Semesp, sobe a temperatura, mostra a disposição de luta da categoria e fortalece ainda mais a mobilização. Os carros de som continuarão nas ruas, de São Paulo, informando a categoria.
As ações também incluem: reforço nas visitas às salas de professoras e professores no mês de junho, para conversar com as e os docentes e levar material da campanha; e panfletagens nas portas de diversas instituições de ensino, em articulação com entidades estudantis.
Pauta – Aumento salarial real, regramento da EaD e definição do Piso dão o tom da Campanha Salarial 2024 do segmento. Isto porque todas as cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (férias coletivas, recesso, bolsas de estudos, plano de saúde e garantia semestral de salários, entre outras) estão garantidas até fevereiro de 2025.
Este cenário é possível graças à mobilização da categoria e à ação do Sindicato, na longa e vitoriosa campanha do ano passado. Assim, em 2024, os trabalhadores têm mais segurança e afastam a possibilidade de ameaças de “vamos tirar isso, vamos tirar aquilo” – prática que Celso chama de “bullying negocial”. “Dessa vez, essas bravatas não têm efeito”, reforça.
Do SinproSP