Sinprosasco: O professor precisa se reinventar
No Seminário sobre o Futuro da Carreira Docente, que aconteceu em outubro, o professor Fábio Venturini, jornalista, doutor em História, professor-adjunto na Escola Paulista de Política Economia e Negócios e presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo, falou sobre “Comércio Exterior e Desenvolvimento Regional”.
O evento contou com 72 participantes e teve sorteio de brindes no fim da noite. “Estamos aqui para oferecer aos professores uma análise, um texto, uma conversa sobre o que a gente vive”, disse Onassis Xavier, presidente do Sinprosasco.
O palestrante comentou sobre diminuição dos salários e a reforma previdenciária na educação, bem como as tecnologias digitais, que são responsáveis pela precarização do trabalho.
“Antes da pandemia, quem se apropriou das tecnologias digitais foi, na maior parte dos casos, empresas privadas estrangeiras. E foram as instituições privadas que começaram a influenciar as instituições públicas”, disse Fábio.
O professor falou também sobre as greves que aconteceram e que não afetaram em nada o capital, porque o modelo de trabalho mudou. “Atualmente, a burguesia atingiu um status tal que ela forma nas universidades os jovens que operacionalizam a força de trabalho. As classes médias são classes de transição, que convergem com a burguesia, mas também com o proletariado”, afirmou.
Ele falou sobre a relação entre as burguesias e as oligarquias. “No Brasil, há uma grande quantidade de pessoas que vivem de bico, de forma autônoma. Quem faz a mediação entre proletariado e burguesia é a classe média. Dentro da reprodução do sistema, o professor é classe média, mesmo que o poder de consumo não corresponda”, disse.
Fábio salientou ainda que os neoliberais não defendem a redução do estado, mas a privatização do Estado: “Com as novas modalidades de trabalho, o professor torna-se um tarefeiro. Precisamos nos reinventar a partir das novas tecnologias e recuperar o status do professor. Lutar contra a tecnologia não vai nos levar a isso. Talvez o caminho seja construir alternativas entre os próprios docentes”.