SinproSP: Negociações com sindicato patronal são retomadas no ensino superior

Depois da pressão feita pela Fepesp e as duas outras federações (Fepae e Fetee), o sindicato das mantenedoras voltaram à mesa de negociação nesta quarta-feira, dia 28. As conversações estavam paralisadas e, no dia 15 de abril, as entidades dos trabalhadores foram surpeendidas com uma nova contraproposta considerada inegociável, já que previa congelamento de salários e redução de direitos.

Vale lembrar que os professores acumulam uma perda salarial de 10%, já que as negociações de data base de 2020 não foram concluídas. A inflação acumulada entre março/2019 e fevereiro/2020 é de 3,54%. O poblema é que a partir de setembro de 2020, o custo de vida acelerou e o acumulado de março/2020 a fevereiro/2021 atingiu 6,29%. Os valores consideram a média de três indicadores: INPC-Ibge, IPC-Fipe e ICV-Dieese (este último não pôde ser utilizado no período de 2021, porque o Dieese suspendeu a divulgação do ICV).

Diferentemente do que ocoreu na educação básica, cujo dissídio 2019/2020 foi julgado em fevereiro de 2020, as negociações no ensino superior acabaram atropeladas pela pandemia e pela flexibilização da legislação trabalhista. Contou também a decisão de MEC de ampliar de 20% para 40% as aulas remotas nos cursos presenciais. Essa medida é de dezembo de 2019 e, portanto, anterior à pandemia, mas começou a ser aplicada em agosto de 2020, modificando a estrutura dos cursos de forma permanente e provocando muita demissão de professores.

Para o presidente do SinproSP, Luiz Antonio Barbagli, a entrada de grandes grupos no pocesso de negociação também está dificultando as tratativas. “Esses grupos têm interesses próprios. Eles estão espalhados em todo o território nacional e querem definir os mesmos parâmetos de remuneração e contrato de trabalho em todas as regiões onde atuam”, afirmou. “E, é claro, querem um parâmetro rebaixado. Por isso desejam suprimir os principais direitos em todas as Convenções. Na perspectiva desses grupos, é melhor acabar com a garantia semestral de salários em São Paulo, por exemplo, do que estendê-la para outras regiões. E essa estratégia já está se repetindo em outros estados”, concluiu.

Do SinproSP

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