Trabalhadores valorizam sindicatos, mas pedem mais presença e diálogo, aponta pesquisa

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) acompanha de perto a transformação do mundo do trabalho no Brasil. Um levantamento recente sobre a percepção dos trabalhadores mostra que o apoio aos sindicatos continua forte, mas há uma necessidade urgente de maior presença e comunicação.

A pesquisa “O Trabalho e o Brasil”, realizada pelo Instituto Vox Populi e encomendada pela CUT e Fundação Perseu Abramo, com apoio do Dieese e do Fórum das Centrais Sindicais, ouviu presencialmente 3.850 trabalhadores de diferentes setores, incluindo formais, informais, autônomos, “empreendedores”, servidores públicos, aposentados e pessoas desempregadas.

Apoio aos sindicatos é alto

A maioria dos trabalhadores reconhece o papel das entidades na melhoria de salários, qualidade de vida e mediação de conflitos:

  • 68% afirmam que os sindicatos melhoram salários e condições de trabalho
  • 67,8% apontam que contribuem para melhorar a qualidade de vida
  • 67,1% veem os sindicatos como mediadores de conflitos entre trabalhadores e empresas
  • 64,3% destacam a defesa de direitos

Entre os trabalhadores autônomos e empreendedores, 49% manifestaram o desejo de ter um sindicato próprio, mostrando que a necessidade de representação vai além do trabalho formal.

Desafio: visibilidade e presença

Apesar do apoio, 52,4% dos entrevistados disseram não conhecer ações concretas dos sindicatos, revelando uma lacuna de comunicação e proximidade. Quando questionados sobre o que esperam das entidades:

  • 49,4% pedem mais presença nos locais de trabalho
  • 37,5% desejam melhor comunicação sobre ações e resultados
  • 29,6% valorizam cursos e capacitação profissional

Prioridades da classe trabalhadora

  • 63,8% → melhores salários
  • 36,6% → empregos decentes
  • 21% → redução da jornada
  • 18% → combate à discriminação

Sindicalização e interesse em representação

  • 50,5% já se filiaram ou são filiados
  • 11,4% considerariam se filiar
  • Entre autônomos e empreendedores, 49% gostariam de ter um sindicato próprio

Os dados indicam que a rejeição aos sindicatos não é estrutural, mas resultado da distância e da falta de visibilidade das ações.

A pesquisa evidencia que a classe trabalhadora valoriza a representação sindical e deseja maior proximidade, diálogo e transparência. A Contee reforça que os sindicatos não são apenas defensores de direitos, mas também instrumentos de educação, qualificação e valorização profissional. Investir em presença física, comunicação clara e oportunidades de desenvolvimento é essencial para que os trabalhadores percebam o sindicato como parceiro do dia a dia.

Da Redação Contee

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