Trabalhar mais de 55 horas semanais eleva risco de morte, diz estudo
Segundo OMS e OIT, longas jornadas de trabalho podem causar doenças cardíacas e AVC. Em 2016, 745 mil pessoas morreram por terem trabalhado demais. Alerta chega num momento em que muitas pessoas estão trabalhando mais por causa da pandemia e do trabalho remoto
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirmaram nesta segunda-feira (17/05) que trabalhar mais de 55 horas por semana eleva as chances de morte por causa de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Na comparação com uma jornada de 35 a 40 horas, trabalhar 55 horas ou mais por semana eleva em 35% as chances de derrame e em 17% as de morrer de doença do coração, mostra um estudo publicado na revista Environment International.
“É hora de governos, empregadores e trabalhadores finalmente reconhecerem que muitas horas de trabalho podem causar mortes prematuras”, afirmou a médica María Neira, diretora de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS.
A OMS e a OIT estimam que, em 2016, 745 mil pessoas morreram de AVC ou doença cardíaca por terem trabalhado demais: 398 mil pessoas de derrame cerebral e 347 mil de uma doença cardíaca por terem trabalhado 55 horas ou mais por semana.
A maioria das mortes registradas foi de pessoas de 60 a 79 anos que trabalharam 55 horas ou mais por semana quando tinham entre 45 e 74 anos. Das vítimas, 72% eram homens.
A OMS e a OIT analisaram dados de 194 países, oriundos de centenas de estudos com centenas de milhares de participantes.
O alerta chega num momento em que, segundo a OMS, muitas pessoas estão trabalhando mais por causa da pandemia e do trabalho remoto, o que pode aumentar ainda mais as mortes por trabalho excessivo.