Veja os números por trás da disputada da presidência da Câmara

As eleições para renovação das mesas diretoras da Câmara e do Senado vão ocorrer no dia 1º de fevereiro. Para eleger o presidente, em 1º turno, são necessários 257 votos favoráveis (maioria absoluta). Tudo indica que a pleito pode ser decidida em 2 turnos. Em seguida, no dia 2, recomeçam as atividades do Poder Legislativo.

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Na Câmara, foram formados 2 grandes blocos partidários que vão disputar a presidência da Casa. O 1º bloco, liderado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), o chamado “Centrão” é composto por 10 partidos:

• PL (42), PP (41), PSD (34), Solidariedade (13), Pros (10), Avante (8) e Patriota (6), com 154 deputados. Some-se a esse bloco, embora não componham o “Centrão”: Republicanos (31), PTB (11) e PSC (9).

O candidato à presidência e líder do “Centrão”, deputado Arthur Lira conta então com o apoio formal de 205 deputados. Lira tem ainda o apoio do Palácio do Planalto.

Considerando o perfil dos 12 deputados suspensos do PSL pode-se computá-los como votos na candidatura de Lira. O Podemos (11) tende a marchar também com Lira. Assim, o prognóstico sobe para 228 votos, no 1º turno.

O 2º bloco, liderado pelo atual presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), é composto por 11:

• PT (53), PSL (411), MDB (34), PSDB (31), DEM (28), Cidadania (8), PCdoB (9), PDT (28), PSB (31), PV (4) e Rede (1). Juntos têm 268 deputados.

O Partido Novo (8) tende a marchar com o bloco liderado por Maia, cujo candidato é o deputado Baleia Rossi (MDB-SP). Desse modo, o prognóstico sobe para 276 votos.

Formalmente, apenas 2 partidos ainda não se definiram para que lado irão nessa disputa — o Podemos (11) e o Novo (8). Mas valem os prognósticos acima.

A bancada do PSol, com 10 deputados, anunciou que poderá lançar candidato para marcar posição. Se houver 2º turno, os psolistas já anunciaram que irão votar no candidato do grupo de Maia.

Perfil dos candidatos

Baleia Rossi* está no exercício do 2º mandato, paulista, empresário. Destaca-se como negociador.

• Trajetória na vida pública – iniciou a carreira política aos 20 anos, quando se elegeu vereador de Ribeirão Preto, cargo que ocupou por 3 mandatos. Também atuou como secretário de Esportes no mesmo município. Antes da eleição para a Câmara Federal, exerceu 3 mandatos de deputado estadual. É filho do ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi.

• Atuação político-parlamentar – presidente nacional do MDB, é o líder do partido na Câmara dos Deputados. Já atuou como líder e vice-líder de bloco parlamentar tendo o MDB à frente. Atuou como membro titular na comissão especial da PEC 6/19, sobre a reforma da Previdência. É de sua autoria a PEC 45/19, que trata da reforma tributária. A proposta transforma 5 impostos — 3 tributos federais (IPI, PIS e Cofins), 1 estadual (ICMS) e 1 municipal (ISS) —, em apenas 1, que deve se chamar IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e será cobrado no destino.

• Especialização técnica – a área social, especialmente no que diz respeito às demandas de entidades assistenciais e filantrópicas, é prioridade no mandato. Rossi é considerado um interlocutor do 3º setor no Parlamento e também um dos operadores temáticos nas áreas de Previdência e Assistência Social, além da área de tributos e finanças.

Arthur Lira* está no exercício do 3º mandato, alagoano, empresário. Destaca-se como negociador.

• Trajetória na vida pública – de família tradicional na política alagoana, é filho do ex-senador Benedito de Lira. Iniciou a atividade política como vereador de Maceió e também exerceu mandatos de deputado estadual.

• Atuação político-parlamentar – líder do PP e do maior bloco parlamentar da Casa, que reúne 7 partidos, firmou-se como o principal interlocutor do chamado centro político. Em 2020, conduziu as negociações no Parlamento para viabilizar a agenda do governo Bolsonaro. No currículo, acumula a experiência de ter presidido 2 importantes colegiados: a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara e a CMO (Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização) do Congresso Nacional em 2016.

• Especialização técnica – entre as relatorias que assumiu, destaque para o PL 1.983/15, que dispõe sobre o teto remuneratório para cartórios. O deputado emitiu parecer na CCJ pela aprovação do projeto. No Parlamento, é um dos operadores temáticos em agricultura, questões fundiárias e agrárias.

(*) Perfis extraídos da publicação do DIAP Os “Cabeças” do Congresso Nacional – Ano 2020
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NOTA

12 deputados do PSL punidos pela Executiva Nacional do partido tiveram suas funções partidárias suspensas por 1 ano. Assim, para algumas questões regimentais, a bancada foi reduzida de 53 deputados para 41. Doze deputados do PSL têm suas funções partidárias suspensas – https://www.camara.leg.br/noticias/642025-doze-deputados-do-psl-tem-suas-funcoes-partidarias-suspensas/

Diap

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