Volkswagen reconhece ter ajudado a ditadura e promete cerca de R$ 36 milhões em indenizações
Filial brasileira da empresa alemã pagaria parte do valor às famílias dos empregados que ela teria entregado ao regime, e outra parte será dividida a diferentes fundos a iniciativas de apoio às vítimas da tortura
A empresa Volkswagen do Brasil assimilou a conclusão do relatório final da Comissão da Verdade, no qual se comprovou sua colaboração do a Ditadura Militar brasileira, instalada após o golpe de Estado civil-militar de 1964; especialmente entre os Anos 60 e 70, quando a montadora chegou a entregar alguns de seus trabalhadores aos órgão repressivos, dos quais foram vítimas de torturas e assassinatos.
Tiveram que se passar 6 anos de apresentação daquele documento final para que, finalmente, neste 2020, a empresa alemã aceitasse pagar uma indenização pela sua cumplicidade com o regime, no valor total de 36,3 milhões de reais.
Parte desse dinheiro (16,8 milhões) será entregue à Associação Henrich Plagge, que reúne os trabalhadores da empresa, e que será responsável por dividir o valor entre os ex-funcionários que foram torturados ou perseguidos e as famílias daqueles já falecidos.
A Volkswagen também se comprometeu a doar 10,5 milhões de reais a diferentes projetos de defesa da memória e dos direitos humanos, e outros 4,5 milhões restantes à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) para a realização de pesquisas sobre a identificação das ossadas de presos políticos encontradas em cemitérios clandestinos.
O Fundo Federal e o Fundo Estadual de Defesa e Reparação de Direitos Difusos também receberão 4,5 milhões de reais cada um.
Em comunicado, a empresa afirmou que os valores passarão a ser entregues aos beneficiários a partir de janeiro de 2021.