88% dos brasileiros defendem punição a candidatos que usam fake news

Segundo pesquisa, o tema é o que mais preocupa e chama a atenção de 73% das pessoas nesse período eleitoral. Os entrevistados querem punição para quem se utiliza ou são beneficiados pela prática ilegal

Pesquisa inédita divulgada pelo Observatório Febraban revela que 83% dos brasileiros defendem punição aos candidatos que fizerem uso de notícias falsas nas suas campanhas. 52% deles são a favor de penas mais severas como a impugnação das candidaturas.

Outros 12% defendem suspensão da campanha eleitoral por um período, 10% opinam pela suspensão completa da propaganda eleitoral e 3% indicam apenas uma repreensão pública. 5% defendem todas elas.

O tema é o que mais preocupa e chama a atenção de 73% das pessoas nesse período eleitoral. Os entrevistados querem punição para quem se utiliza ou são beneficiados pela prática ilegal.

Cinquenta e nove por cento declararam ter recebido fake news e 30% dos entrevistados já se sentiram prejudicados por essas notícias falsas.

Um quarto ou 25% declara já ter bloqueado alguém ou ter sido bloqueado em grupos do WhatsApp por causa de conflitos relacionados aos candidatos em eleições passadas.

“Eleições municipais são historicamente muito polarizadas por fatores locais. 59% dos que vivenciaram bloqueios ou saída de grupos no WhatsApp por discussões políticas acreditam que isso vai se repetir esse ano”, revela a pesquisa.

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o levantamento inédito procura investigar o que pensam os brasileiros sobre o grau de envolvimento da população com as campanhas, as opiniões sobre as fake news no contexto eleitoral e as formas pelas quais as pessoas se informam sobre o pleito eleitoral.

Traz ainda a avaliação da população sobre o trabalho de seus atuais prefeitos e vereadores. A pesquisa também apura as opiniões específicas em cada uma das cinco regiões brasileiras.

“Os resultados naturalmente refletem a maior proximidade dos cidadãos com o município, dada a vivência direta com a prestação de serviços nos seus bairros e comunidades”, avalia o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe.

“Os dados evidenciam o entendimento da estrutura federativa pela população: enquanto o gestor local é responsável pela administração direta dos serviços públicos, o chefe do Executivo Federal desempenha papel central no gerenciamento do país, na execução de políticas públicas nacionais e, sobretudo, na condução da economia, que se traduz em condições de emprego, renda e controle da inflação”, completa.

Determinantes

O levantamento aponta ainda que o apoio político não tem papel “determinante” na escolha dos eleitores.

Para as candidaturas a prefeito, 41% prestam maior atenção nas propostas e outros 29% na experiência administrativa. O desempenho na campanha e nos debates chega a 17% e apoio político 7%.

“Às vésperas das convenções partidárias para definição dos candidatos ou candidatas às prefeituras, 36% dos entrevistados declaram já ter feito a sua escolha. Outros 28% afirmam que irão escolher quando os candidatos estiverem definidos e começar a campanha. E 29% acreditam que só decidirão na reta final, depois do último debate (20%) ou mesmo no dia da eleição (9%) – um potencial de indecisos que pode deixar algumas disputas em aberto até o último momento, a depender da conjuntura de cada município”, observa a Febraban.

A 16ª edição da pesquisa Observatório Febraban feita pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) para a Febraban foi realizada entre os dias 4 e 10 de julho de 2024, com 3 mil pessoas nas cinco regiões do país.

Por Iram Alfaia

Do Vermelho

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