Relatório da OLP aponta resultados da ofensiva de Israel contra Gaza
A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) divulgou um novo relatório, nesta quarta-feira (6), sobre os resultados da ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza. No mesmo dia, o representante palestino na Organização das Nações Unidas, Riyad Mansour, instou o Conselho de Segurança a adotar uma resolução sobre o massacre dos palestinos. Em menos de um mês de bombardeios, a OLP estima que 1.875 pessoas foram mortas – cerca de 400 são crianças – e 9.567 feridas.
UNRWAEscolas da UNRWA abrigam milhares de palestinos em Gaza que foram obrigados a deixar seus lares. Ainda assim, são alvos dos bombardeios de Israel.
O número total de mortos “pode continuar a crescer, uma vez que muitas das pessoas feridas estão em condições graves e que os corpos continuam a ser resgatados dos escombros,” afirma o novo relatório do Departamento de Assuntos das Negociações da OLP.
“O desrespeito israelense pelas vidas dos palestinos resultou na morte de centenas. Ao invés de aprender com experiências passadas, alguns países deram luz verde às forças israelenses para bombardear e invadir a Faixa de Gaza”, diz o documento.
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O relatório acusa o governo de Israel de completa negligência com as vidas dos palestinos, o que resultou na morte de tantas pessoas, e a impunidade continua a abastecer as atrocidades e crimes israelenses. Leia a seguir a íntegra do relatório, traduzido pelo Portal Vermelho:
Uma trégua temporária foi alcançada e as negociações estão sendo conduzidas para a extensão do cessar-fogo. As tropas israelenses estão se retirando de Gaza enquanto Israel está mantendo a sua ocupação controlando as fronteiras marítimas, o espaço aéreo e a conexão com o resto da Palestina ocupada. O número total de pessoas mortas pode continuar a crescer, uma vez que muitas das pessoas feridas estão em condições críticas e que os corpos continuam sendo resgatados dos escombros.
Este relatório fornece um resumo dos números de 30 dias dos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza ocupada.
Mais de 485 mil pessoas começaram a retornar às suas áreas de residência, em muitos casos para encontrar seus lares completamente destruídos ou simplesmente inadequados para residir. Os setores públicos e privados, inclusive as escolas (governamentais, da Agência das Nações Unidas para Assistência e Trabalhos – UNRWA – e privadas), locais de culto, hospitais, ministérios, locais históricos, fábricas, áreas agrícolas e de pescaria e plantações, entre outras, foram extensivamente danificadas.
Os crimes atrozes de Israel contra os civis em Gaza são um testemunho para alguns membros da comunidade internacional que continuam a ignorar os crimes de GUERRA israelenses. A comunidade internacional precisa responsabilizar Israel por seus crimes.
Estatísticas dos 30 dias da agressão israelense contra a Faixa de Gaza (8 de julho, meia noite – 5 de agosto, 12h00):
– Palestinos mortos: 1.875
– Palestinos feridos: 9.567
– Estruturas destruídas: 5.930
– Estruturas parcialmente destruídas: 4.820
– Lares danificados: 32.150
– Escolas danificadas: 141
Hospitais e clínicas danificados – 17 hospitais e sete clínicas foram danificadas, 10 hospitais e 44 clínicas de assistência primária foram fechadas, 22 ambulâncias foram danificadas e 83 funcionários da saúde ficaram feridos, enquanto 19 morreram após os ataques israelenses.
Ataques contra locais religiosos – 46 mesquitas não podem ser usadas e 140 foram parcialmente danificadas. Os cemitérios muçulmanos foram atingidos. Duas igrejas e um cemitério cristão foram parcialmente danificados.
Mais de 485 mil pessoas foram obrigadas a deslocar-se (quase 1/3 da população de Gaza) – 1,7 milhão de pessoas (a população inteira da Faixa de Gaza) foram afetadas pela destruição da infraestrutura de eletricidade, água e esgoto.
O desrespeito israelense pelas vidas dos palestinos resultou na morte de centenas. Ao invés de aprender com experiências passadas, alguns países deram luz verde às forças israelenses para bombardear e invadir a Faixa de Gaza. A comunidade internacional tem a responsabilidade legal e moral de proteger a população palestina vivendo sob a ocupação israelense e de responsabilizar Israel por suas severas violações do direito internacional humanitário. A impunidade continuará a abastecer as atrocidades e os crimes israelenses. A falta de ação internacional vai encorajar um novo massacre.
Com informações da OLP e da agência palestina de notícias Wafa,
Tradução de Moara Crivelente, da Redação do Vermelho